Existe um grande número de pragas que atacam o cafeeiro, como a Hypothenemus hampei, conhecida como broca-do-café. Segundo Júlio César de Souza e Paulo Rebelles Reis, professores do Curso a Distância CPT Pragas do Cafeeiro - Reconhecimento e Controle da Área Cafeicultura, o primeiro passo para evitar o ataque à lavoura de café, é o conhecimento aprofundado sobre a praga. Trata-se de um pequeno besouro, que pode chegar a 1,7 mm de comprimento e 0,7 mm de largura.
A fêmea é responsável pelo ataque aos frutos
A broca causa a queda prematura dos frutos e as perdas no peso podem chegar a 20%. Não apenas isso, a qualidade dos grãos cai significativamente, porque o número de grãos de café brocados aumenta, o que deprecia o produto durante o processo de classificação. São as fêmeas que atacam a coroa dos frutos, onde depositam seus ovos. Estes eclodem e liberam larvas, que se alimentam dos frutos de café, o que danifica ou destrói por completo os grãos.
O método de controle ideal ocorre na colheita dos frutos
O método de controle ideal ocorre na colheita dos frutos, pois evita que o ciclo de vida da broca-do-café se complete. É importante ressaltar que as condições ambientais influenciam no ataque da praga, como precipitação pluviométrica volumosa no inverno, cultivos adensados, pouca ventilação e baixa incidência de luz na lavoura. Por tais motivos, o manejo integrado é a melhor medida para o controle da praga.
O MIP ajuda o cafeicultor na prevenção da praga
O MIP - Manejo Integrado de Pragas, ajuda o cafeicultor na prevenção da praga, no diagnóstico da lavoura, na tomada de decisão e no controle da broca-do-café. Durante a colheita, os frutos do cafeeiro devem ser completamente retirados, inclusive os que caem no chão. No caso de colheita mecânica, é muito importante o repasse manual para reduzir as chances de incidência da praga até a próxima safra.
O monitoramento deve ocorrer no período de trânsito da praga
O monitoramento deve ocorrer no período de trânsito da praga - 80 a 90 dias após a floração, uma vez por mês. Mas quando a infestação é severa, a inspeção da lavoura de café deve ser realizada a cada 15 dias. O processo é realizado da seguinte forma: contagem dos frutos, em uma área de 20 pés de café por hectare, em ziguezague. É importante que a amostragem seja a mais representativa possível.
A colheita deve ser realizada nas quatro faces do terço médio da planta
Para a avaliação, devem ser colhidos 100 frutos em cada cafeeiro. A colheita do café deve ser realizada nas quatro faces do terço médio da planta. Após o monitoramento, é realizada a identificação do nível de controle Este deve ser realizado se o nível dos grãos de café brocados ultrapassar 3%. Em caso de controle químico, o cafeicultor deve seguir criteriosamente as medidas recomendadas por engenheiro agrônomo.
No controle químico, o cafeicultor deve tomar alguns cuidados
Para isso, o produtor de café deve tomar os devidos cuidados: usar EPI - Equipamento de Proteção Individual, somente usar produtos registrados no MAPA, fazer rotação de princípios ativos, respeitar a dose recomendada e o período de carência e as normas de armazenagem e descarte de embalagens. Na verdade, para garantir maior eficiência no controle da praga, deve ser feita a integração de vários métodos de controle. Daí o nome manejo integrado de pragas.
O manejo integrado de pragas garante maior sustentabilidade à produção de café
Além do controle químico, devem ser realizados o controle comportamental - com o uso de armadilhas, o controle biológico - com o inimigo natural da broca-do-café, conhecido como Beauveria bassiana, e o controle cultural - com a alteração do ambiente de cultivo. Com isso, o MIP não apenas reduz os custos do produtor como também preserva o meio ambiente. Ou seja, o manejo integrado de pragas garante maior sustentabilidade à produção de café.
Fonte: Canal Rural.
Confira o artigo "Recomendações para uma boa colheita de café" e aprimore ainda mais o seu conhecimento.
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