O Brasil é o terceiro produtor mundial de café robusta, depois do Vietnã e da Indonésia, sendo que cerca de 1/3 do café produzido nacionalmente é dessa espécie. O estado do Espírito Santo é o principal produtor do C. Canephora, variedade conilon, detendo 70% da produção nacional da espécie, seguido por Rondônia, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e outros.
Apesar da importância social e econômica e dos avanços tecnológicos gerados pelas pesquisas nas áreas de melhoramento, adubação, manejo, irrigação, adensamento, pragas e doenças da cafeicultura do conilon, a produtividade média nacional é baixa. Essa baixa produtividade e a qualidade insatisfatória estão relacionadas aos problemas de implantação, condução, colheita e pós-colheita, escolha e preparo da área, espaçamento, cultivares, nutrição, poda e desbrota, seca, vento, erosão, broca, época de colheita, secagem, beneficiamento e armazenamento.
Formação de mudas
As mudas de café conilon podem ser formadas através de sementes ou de estacas, que originam os clones. Em ambos os casos, o material de propagação deve ser proveniente de plantas matrizes produtivas, sadias e com características agronômicas superiores, de preferência originadas de instituições de pesquisa.
No entanto, a variedade clonal, quando oriunda de um trabalho prévio de seleção de plantas matrizes, apresenta as seguintes vantagens em relação à de sementes:
As sementes e as mudas de variedades clonais devem ser adquiridas em instituições idôneas e registradas no Ministério da Agricultura. Porém, o produtor poderá obtê-las na própria lavoura, desde que isso seja feito a partir de plantas selecionadas.
O local para a produção dessa espécie deve possuir boa topografia, acessível, sem umidade excessiva, ter facilidade de água para irrigação, não receber enxurradas de lavouras já formadas e ser livre de ervas daninhas, como tiririca e grama-seda.
O viveiro pode ser construído com qualquer material disponível na propriedade, como ripas de madeira ou bambu, coberta com folhas de palmeira, capim napier ou outro. Pode ser usado o sombrite que proporcione de 40 a 50% de sombra.
O viveiro deve ter, também, uma proteção lateral a fim de evitar o excesso de insolação das mudas, protegê-las da ação de animais e da incidência de ventos frios, principalmente, nas faces expostas para o Sul.
Para conduzir o viveiro, alguns cuidados devem ser tomados, como explica Romário Gava Ferrão, um dos coordenadores do Curso Como Produzir Café Conilon, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas: