Percevejos são monitorados por sensores nas lavouras de soja, milho e trigo

Percevejos são monitorados por sensores nas lavouras de soja, milho e trigo. Além do estudo em percevejos, é possível o estudo dos mecanismos de transmissão de viroses pelos insetos.

Para auxiliar os agricultores de todo o país, pesquisadores da Embrapa Trigo (RS) desenvolveram uma tecnologia que liga sensores microscópicos a percevejos

Percevejos são monitorados por sensores nas lavouras de soja, milho e trigo

Os percevejos estão entre as pragas que mais causam prejuízos ao cultivo da soja, do trigo e do milho. As principais espécies são: Piezodorus guildinii (pequeno), Nezara viridula (verde) e Euschistus heros (marrom) - além do percevejo barriga-verde (Dichelops furcatus), que também ataca a produção de milho.  Quando encontram condições ambientais propícias e falhas no manejo (controle de pragas), esses percevejos chegam a alto índice populacional.

O ataque da praga pode ocorrer desde o início da formação das vagens (no caso da soja) até o término do desenvolvimento dos grãos - como resultado, o rendimento e a qualidade da semente são severamente afetados. Os percevejos que se alimentam dos grãos em formação geram o abortamento das sementes, o que as torna inviáveis para comercialização.

Além disso, conforme a fase do ataque do inseto na lavoura, as sementes também podem perder o vigor - ou ainda reduzir o seu potencial germinativo (danos diretos). Sem falar dos danos indiretos causados pela praga - como transmissão de doenças fúngicas e distúrbio fisiológico (prejudica a maturação da planta).

Para auxiliar os agricultores de todo o país, pesquisadores da Embrapa Trigo (RS) desenvolveram uma tecnologia que liga sensores microscópicos a percevejos, com o objetivo de descobrir suas preferências e seus comportamentos alimentares - bem como os danos que causam às plantas. Trata-se de um fio de ouro fixo no inseto com cola de prata.

Esses materiais nobres foram escolhidos por suas características favoráveis - o fio de ouro é flexível e permite a transmissão de corrente elétrica; já a cola de prata mantém o filamento preso ao percevejo. Para extrair a gordura no local da conexão, foi utilizada uma lixa odontológica.

A tecnologia é conhecida como Gráfico de Penetração Elétrica (EPG). Quando o percevejo penetra na planta, forma-se uma corrente de baixa intensidade - que passa pela planta hospedeira, pelo inseto e retorna ao monitor (computador) como gráfico.

Dessa forma, todas as informações cruciais em relação aos percevejos são coletadas - como se alimentam, quando se alimentam, onde se encontram na planta, o quanto de alimento é extraído dela e qual o tipo de dano causado.

Além do estudo em percevejos, inúmeras são as aplicações do EPG nas lavouras - como estudo dos mecanismos de transmissão de viroses pelos insetos e identificação de plantas hospedeiras para novas espécies de pragas.

Fontes: Canal Rural e Grupo Cultivar.  

Andréa Oliveira 28-06-2016 Agricultura - tudo sobre os principais produtos agrícolas do Brasil

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