Produção de milho - como acabar com a lagarta-do-cartucho

Produção de milho - como acabar com a lagarta-do-cartucho. Um pesadelo para muitos produtores brasileiros, a Spodoptera frugiperda causa danos de, aproximadamente, 60% na produção de milho

A lagarta-do-cartucho pode causar prejuízos de até 60% na produção de milho

"No Brasil, há diversas pragas que atacam a cultura do milho, entre elas, a lagarta-do-cartucho, que demanda maior atenção do agricultor por causar maiores prejuízos às lavouras. Por isso, é importante conhecer os princípios de controle para não comprometer a lavoura nem gerar perdas financeiras ao produtor rural", afirma Glauco Vieira Miranda, professor do Curso a Distância CPT Produção de Milho em Pequenas Propriedades, disponível .

Um pesadelo para muitos produtores brasileiros, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) causa danos de, aproximadamente, 60% na produção de milho.  Trata-se de uma praga, com cerca de 50 mm e corpo que vai do tom pardo-escuro a preto. Na região frontal da cabeça, a lagarta apresenta um sinal em forma de "Y" (próprio da espécie).  No estágio final do ciclo biológico, ela empupa no solo (por 10 dias) para se transformar em mariposa.

A presença dessa praga na lavoura do milho pode ser constatada por meio de alguns sinais bastante característicos. Assim que eclode do ovo, a lagarta-do-cartucho segue para as folhas novas para se alimentar. No processo, ela raspa as faces das folhas, o que resulta em pontos transparentes. No decorrer do ciclo, a praga fura as folhas e segue em direção ao cartucho do milho, onde permanece até virar pupa.

Como prevenção, é de fundamental importância inspecionar a lavoura de milho, além de posicionar armadilhas com feromônio sexual sintético para capturar as mariposas. Se forem capturadas mais de três mariposas por armadilha, o combate à praga deve ser realizado imediatamente. Outra forma de monitoramento é observar quantas plantas apresentam folhas raspadas. Se a cada 100 plantas por hectare for detectado 20% de raspagem - um mês após emergência, ou 10% de raspagem - entre 40 e 60 dias após emergência, também deve ser realizado o controle.

Os especialistas recomendam o controle cultural, químico e biológico (em conjunto), pois a lagarta tornou-se bastante resistente devido ao uso desmedido de inseticidas.  

Controle cultural

Além de evitar o plantio de outras lavouras próximas, suscetíveis ao abrigo da lagarta-do-cartucho, é importante eliminar os restos culturais pós-colheita e durante os períodos mais secos do ano. Cultivos rotacionados, com plantas não propensas à praga, e plantios escalonados, com plantas de variados estágios fenológicos, reduzem as chances de incidência da Spodoptera frugiperda.

Controle químico

No controle químico racional, são recomendados inseticidas registrados pelo MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à base de triflumuron, lufenuron, novaluron, diflubenzuron, tebufenozida, espinosade, teflubenzuron, etofenproxi e metoxifenozida. A pulverização deve ser feita na fase inicial de infestação da lagarta-do-cartucho, nas linhas de plantio, direcionada para o cartucho da planta.

Em plantas de 30 a 40 dias após emergência, devem ser utilizados de 150 a 200 litros por hectare. Já nas plantas com mais de 40 dias, recomendam-se 200 litros por hectare. Além da pulverização direta, podem ser utilizadas sementes tratadas com inseticidas, o que garante maior proteção na fase inicial da lavoura.

Controle biológico

O controle com tesourinha (Doru luteipes) é o mais eficiente para acabar com a lagarta-do-cartucho. Ela é predadora natural das lagartas pequenas e dos ovos. Não somente ela, mas também as vespinhas Cotesia flapives e Campoletis flavicincta, que depositam seus ovos dentro dos ovos da larva da praga. A vespa Trichogramma atopovirilia. Também é bastante conhecida no combate à praga.

Fonte: Clube Amigos do Campo Gerdau.