A informática e a educação no Brasil

Na história da educação brasileira, a Tecnologia Educacional não despontou com um único conceito

No final da década de 1960, tentou-se por meio do uso da Tecnologia Educacional (TE), levar a escola a formar a mão de obra que o país necessitava. Naquela época, a economia crescia, bem como o processo de industrialização; sendo assim, a educação estava vinculada aos interesses do governo.

Essa supervalorização da Tecnologia Educacional, naquele momento da história brasileira, fez com que muitos educadores críticos não dessem a ela o devido crédito no ensino e aprendizagem. Eles acreditavam que somente a inserção de tecnologia não iria solucionar os problemas.

Na história da educação brasileira, a TE não despontou com uma única conceitualização. São encontradas diversas definições, que estão atreladas à função dos instrumentos tecnológicos no processo educativo.

De acordo com os participantes do 11º Seminário Brasileiro de Tecnologia Educacional, realizado no ano de 1979, a TE passou por duas fases. A primeira teria sido marcada pelo ideário de que os aparelhos garantiriam a eficiência. Porém, acabaram se tornando os fins em si mesmos. Isso foi resultado do uso dos aparelhos sem a devida compreensão dos problemas educacionais, que não seriam resolvidos apenas no ambiente escolar. Em outras palavras, computadores e outros recursos tecnológicos, quando não empregados de forma correta e sem objetivos traçados, não repercutem na educação.

Devido a esses diferentes conceitos de TE, o processo educativo não apresentou um modelo próprio e adequado à realidade socioeconômica brasileira. Diversos educadores ligados a essa área começaram a buscar uma nova conceitualização para TE, com um norteador filosófico que envolvesse não apenas a eficiência da escola, mas sim, uma instituição melhor para as classes trabalhadoras. É possível refletir que compreendida assim, a Tecnologia Educacional poderia vir a ser encarada como algo a contribuir no processo de mudança da escola brasileira.

As tecnologias, se empregadas de forma correta, garantem uma aprendizagem mais eficaz, logo, o sujeito dessa aprendizagem estará qualificado para o mercado de trabalho. Essa nova concepção filosófica pretendia que a TE não fosse apenas um modismo, mas, sim, que a educação não fosse vista na sua superficialidade. Outro elemento importante para a nova compreensão de TE foi o desenvolvimento de uma tecnologia própria, coerente com nossa realidade.

Assim, na década de 1980, a TE passa a ser revalorizada, porém, em vez da televisão, videocassete, entre outros utilizados anteriormente, são adotados os computadores. As máquinas despontam como forma de contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Porém, os computadores não tiveram seu uso disseminado de forma indiscriminada, embora diversos países como Estados Unidos, Inglaterra e França estivessem investindo nesse recurso, todavia, no Brasil, essa ideia não teve tanta força.

Daphne Holzer Velihovetchi e Finkla Holzer Velihovetchi, coordenadores do Curso Uso da Informática na Educação - Fundamental e Médio, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, destacam que no ano de 1987, o Ministério da Educação, além de financiar o Projeto Educom, buscou articular-se com as secretarias de educação tanto municipais como estaduais, proporcionando nova dinâmica para a PIE e gerou a criação dos Centros de Informática Educativa (CIED), que seriam responsáveis pela inserção do computador no ensino.

Equipe de Redação 25-11-2011 Educação Infantil
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