A Estrelícia é uma planta ornamental também conhecida como "ave do paraíso", e em algumas situações, identificada como "bananeirinha de jardim", pertencente à família "Musaceae", a mesma família da bananeira. Seu nome científico é Strelitzia reginae Ait. É originária da região da costa Sul-africana, e foi introduzida na Europa no Século XVI.
A Estrelícia destaca-se por apresentar uma flor com formas inusitadas e muito durável. Esta durabilidade viabilizou um comércio, cada vez mais intenso, da flor cortada.
Produção de Mudas
A Estrelícia pode ser propagada tanto por sementes como por divisão de rizomas, a partir de touceiras. A divisão de rizomas oferece como vantagem uma produção mais precoce, enquanto que, na multiplicação por sementes, exige mais tempo de cultivo no viveiro até a fase de comercialização.
Propagação por Sementes
A semente apresenta um tegumento impermeável muito duro, que dificulta a sua germinação, sem que seja feito nenhum tratamento. Esta dureza do tegumento vai aumentando à medida que as sementes ficam armazenadas, dificultando muito a germinação. Para permitir a germinação, amolecendo o tegumento, é feito um tratamento, dividido em duas partes:
1- Banho em ácido sulfúrico por 5 a 10 minutos;
2- Lavagem cuidadosa em água corrente.
Depois deste tratamento, as sementes são colocadas para germinar em leito de sementeira, com substrato de areia. A germinação acontece num prazo que varia de 10 a 20 dias depois da semeadura, com bons resultados.
José Geraldo Barbosa, coordenador do Curso Produção Comercial de Strelitzia, Agapanto e Hemerocale, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que para se ter uma ideia da importância do tratamento com ácido sulfúrico, basta dizer que o tempo de germinação das sementes não tratadas sobe para pelo menos 130 dias.
Propagação por Rizoma
O processo de produção de mudas de Estrelícia é cíclico: primeiro, cultiva-se a planta-mãe, para, depois, dividi-la formando as plantas filhas. Daí em diante, este processo se repete sucessivamente.
O primeiro passo do processo de divisão do rizoma é a seleção da planta-mãe. Deve-se procurar as plantas mais vigorosas, com touceiras bem perfilhadas, onde se possa identificar perfilhos bem definidos e saudáveis, para se ter maior rendimento em termos de número de mudas. Escolhida a planta, ela é retirada do solo, com um enxadão, cavando-se uma vala da mesma, abaixo do nível do rizoma. Feita a escavação, com o próprio enxadão corta-se o solo, logo abaixo do rizoma, soltando a planta com parte de suas raízes ainda presas ao solo.
A planta vai sendo dividida e subdividida, várias vezes, até serem obtidos os perfilhos individuais. Vale destacar que é preciso cuidado para não partir os perfilhos ao meio, o que vai causar sua perda. Os perfilhos deverão contar com uma porção basal de onde saem raízes, mas não precisarão ter folhas, que devem ser podadas.