Diferenças entre reciclagem e coleta seletiva

A coleta seletiva deve ser pensada sempre em associação com a melhoria do sistema de limpeza urbana como um todo

 

Durante os últimos anos no Brasil, os temas coleta seletiva e reciclagem têm sido cada vez mais lembrados pela sociedade, principalmente em escolas. A primeira impressão da população é de que a prática desses programas é muito simples e de fácil execução pelo poder público, que cuida dos resíduos de uma cidade.

Entretanto, as fases que envolvem todo o processo para que se complete e atenda às regras básicas de higiene e segurança são inúmeras. Destacam-se as questões da estocagem, do transporte e do processamento futuro dos materiais, que dependem muito da educação do povo, dos espaços físicos e das formas de transporte. Aliados a isso, seguem-se os investimentos necessários para a implantação e a operação do sistema.

Os lixões são o símbolo do despreparo dos nossos administradores públicos quanto a uma solução adequada para o lixo produzido em suas cidades. Solucionar o problema do lixo a céu aberto e acabar com os depósitos de entulhos nos terrenos baldios devem ter prioridade de aplicação de recursos, isto é, tem de se pensar em alternativas de tratamento e reaproveitamento de resíduos. A coleta seletiva deve ser pensada sempre em associação com a melhoria do sistema de limpeza urbana como um todo (desde a ampliação da abrangência e da qualidade da coleta convencional até a adoção de um sistema sanitário adequado para a destinação final dos resíduos).

Em diversas situações, os termos coleta seletiva e reciclagem são utilizados como sinônimos, entretanto, é importante diferenciar cada conceito. As definições mais frequentes de reciclagem a caracterizam como o beneficiamento de produtos ou materiais (matéria-prima secundária) que são transformados em novos produtos, voltando, assim, para o mercado de consumo. Esses produtos ou materiais podem vir do lixo caso sejam coletados, triados e encaminhados às indústrias recicladoras.

Reciclar é muito importante por preservar recursos naturais e o meio ambiente, diminuindo o material aterrado ou jogado a céu aberto, evitando-se a poluição do ar, da terra e da água. Contribui, ainda, para o adequado manejo dos resíduos sólidos, minimizando os problemas com vetores e doenças associadas aos resíduos. Além disso, torna o custo da produção menor, se comparado ao da produção originada diretamente da matéria-prima virgem.

Podem ser destacados os seguintes benefícios decorrentes da prática da reciclagem:

  • prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
  • diminui o desperdício;
  • diminui o depósito de lixo em lugares clandestinos e inadequados;
  • minimiza o aparecimento de vetores que vivem e se alimentam de resíduos;
  • reduz o consumo de energia na produção;
  • gera renda pela comercialização dos recicláveis.

A coleta seletiva é o ato de separar e coletar materiais já usados, mas que são recicláveis (papéis, plásticos, metais e vidros), para que não sejam descartados como lixo, possibilitando assim sua comercialização e transformação em novos produtos, através de um processo de reciclagem artesanal ou industrial. A coleta seletiva institucionalizada vem sendo implantada basicamente de duas formas:

Coleta seletiva domiciliar ou porta a porta - os moradores da região atendida devem fazer a separação, dentro de suas residências, dos materiais secos e dos materiais úmidos (matéria orgânica). Em dias determinados, geralmente uma vez por semana, um caminhão (tipo baú) recolhe os materiais recicláveis.

Coleta por entrega voluntária ou ponto a ponto - esse meio de obtenção de recicláveis exige um grande empenho da população que deve fazer a separação dos materiais em suas residências e levá-los até contêineres para depósito de papéis, plásticos, vidros e metais, localizados em pontos estratégicos da cidade.

Evaldo de Souza Lima e Sinara Inácio Meireles Chenna, coordenadores do Curso Reciclagem de Entulho, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressaltam que no Brasil o consumo de papel e papelão é de aproximadamente 4,6 milhões de toneladas por ano. Citam que uma tonelada de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 árvores provenientes de plantações comerciais reflorestadas. E ainda que a fabricação de papel com o uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água que o processo tradicional que usa celulose virgem, além de reduzir o consumo de energia pela metade.

Equipe de Redação 12-06-2012 Meio Ambiente
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