Crescimento de cordeiros

O crescimento pós-natal pode ser dividido em quatro fases distintas

A opção pela utilização do sistema de recria e terminação de cordeiros em confinamento pressupõe investimentos adicionais, sobretudo no que diz respeito às instalações e à alimentação. Em vista disso, é de suma importância a busca de animais geneticamente capazes de responder ao nível nutricional das dietas oferecidas.

Diante disso, as características fundamentais de um cordeiro próprio para ser confinado são: boa conversão alimentar, altas taxas de crescimento muscular e adequada deposição de gordura. Para atingir tais expectativas, há que se planejar corretamente o sistema de produção, integrando-se harmonicamente a genética, a alimentação e o manejo.

O crescimento do cordeiro, em condições ambientais ótimas, é descrito por uma curva sigmóide. Há uma aceleração da sua velocidade até que a puberdade seja atingida, diminuindo, gradativamente, até a maturidade.

O crescimento pós-natal pode ser dividido em quatro fases distintas. A primeira caracteriza-se pelo rápido crescimento da cabeça, do pescoço e das patas. Na segunda fase, verificam-se mudanças na conformação corporal. Na terceira, ocorre aumento generalizado do organismo, iniciando-se a deposição de gordura. Essa fase acontece a partir de três a quatro meses de idade. A quarta fase é representada por uma concentração do crescimento no lombo e nas massas musculares das extremidades, havendo, concomitantemente, aumento generalizado da largura e profundidade do organismo.

Uma das questões fundamentais, relacionadas à obtenção de carcaças de alta qualidade, é a determinação do peso ótimo de abate, considerando-se o dinamismo, em função do tempo, das alterações proporcionais na composição tecidual do organismo, sobretudo da gordura.

A porção muscular não sofre tanta oscilação, quando se toma por base o peso vivo vazio, ao passo que a proporção dos componentes não-constituintes da carcaça e dos ossos varia inversamente aos teores de gordura.

Edson Ramos de Siqueira, coordenador do Curso Produção Intensiva de Cordeiros, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, constatou a duplicação no número de células adiposas, tomando por base a fase de crescimento compreendida entre 28 a 45kg (7 a 11 meses de idade). A partir desse peso, no entanto, o aumento da quantidade de gordura corporal associou-se à elevação do tamanho das células.

Cabe salientar que a quantidade total de tecido adiposo do organismo animal distribui-se por distintos depósitos, destacando-se a gordura subcutânea, intermuscular, intramuscular, renal e pélvica, mesentérica e omental. A fração lipídica como um todo é de deposição mais tardia, comparativamente aos demais tecidos da carcaça. Entretanto, a velocidade de crescimento de cada depósito é diferente, como ocorre com todos os componentes do organismo, sejam tecidos ou órgãos.