Como fazer casqueamento em bovinos

Antes de começar o procedimento, avalie cuidadosamente todas as vacas para determinar quais necessitam de casqueamento. Depois, confira os equipamentos necessários e, em seguida, siga o passo a passo

Com o casqueamento é possível corrigir pequenas imperfeições nos aprumos, amenizando o problema de membros com pequenos defeitos

  vacas que não responderem ao casqueamento ou piorarem dentro de uns dois dias deverão ser reexaminadas

Antes de começar o procedimento, avalie cuidadosamente todas as vacas para determinar quais necessitam de casqueamento. Depois, confira os equipamentos necessários e, em seguida, siga o  passo a passo:

1º Passo: Comece com a unha de dentro do membro posterior. Usualmente, essa unha tem a forma normal. A parede frontal de dentro deve ter um comprimento de 7,5 cm desde a ponta, até a junção da pele com o tecido córneo. A espessura da sola deverá ser de, no mínimo, 0,5 cm. Poupe, ao máximo, o talão na unha de dentro;

2º Passo: Usando como guia a unha de dentro, que você já arrumou, apare a unha de fora (membros posteriores), deixando-a do mesmo tamanho. Note que a parede frontal da unha de fora deve estar um pouco maior que a unha de dentro, já casqueada. A seguir, apare a superfície de apoio da sola do lado de fora, no mesmo nível da unha de dentro. Quando terminar, as superfícies de apoio deverão estar planas de dentro para fora e da frente para trás.

3º Passo: Dê forma e incline a sola de tal modo que a parte interna e mais posterior da sola aprofunde em direção ao centro das duas unhas. Tenha cuidado, contudo, pois um excessivo aprofundamento ou inclinação da sola, nessa área, diminui a superfície de apoio da muralha externa. Esse é um dos erros mais comuns no casqueamento. Entretanto, uma inclinação apropriada da sola nessa região diminui a pressão no sítio mais comum, onde pode acontecer a úlcera de sola e ajudar a abrir o espaço entre as unhas.

4º Passo: Nivele os talões. As superfícies de apoio dos talões deverão estar no mesmo plano. Isso distribui o peso igualmente entre as unhas. Os passos 5 e 6 são usados para tratar problemas de casco já existentes e deverão ser usados quando necessário.

5º Passo: Apare, de forma que a unha danificada fique bem baixa em direção ao talão, para aumentar a superfície de apoio na unha sadia. Na maioria dos cascos, a unha danificada será a do lado de fora da pata posterior, e a de dentro da pata anterior. Indicações específicas para esses procedimentos de casqueamento incluem manobras que levem a um maior crescimento direcionado para a região que está sofrendo sobrecarga (hemorragia no local da úlcera de sola) ou excessivo ponto de apoio na unha. Abaixando a unha danificada, reduz-se sua superfície de apoio, o que irá permitir o seu restabelecimento e eventual retorno à função e saúde normais. Em alguns casos, é necessário aplicar um "tamanco" à unha saudável, de tal forma que seja reduzida a carga na unha danificada.

6º Passo: Remova o tecido córneo solto, apare e retire fora cristas duras. Somente tecido saudável deverá ser deixado no local. Durante todo o casqueamento, preste atenção ao nivelamento entre as unhas. É objetivo primordial, quando preservar a unha de dentro, remover os tecidos córneos soltos, especialmente no talão. A não ser que o problema que criou o defeito seja corrigido, os benefícios do tratamento têm vida curta. Ao seguir os passos anteriormente mencionados, você deverá observar e casquear vacas saudáveis, bem como as vacas que estão mancando. Muitas vezes, uma vaca com um membro doente terá problemas similares nos outros membros.

Marcos Tellini, coordenador do Curso Casqueamento e Correção de Aprumos em Bovinos, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, afirma que vacas que não responderem ao casqueamento ou piorarem dentro de uns dois dias deverão ser reexaminadas. Pés e pernas são o maior problema de saúde para muitos rebanhos. As causas desses problemas incluem: nutrição, alimentação, acomodações, meio ambiente (incluindo aqui estradas e corredores), outras doenças, níveis de manejo e influências genéticas.

Equipe de Redação 04-04-2013 Pecuária de Corte

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.