Sucessão ecológica

A sucessão primária é iniciada por organismos pioneiros em local desabitado e sem a influência de organismos que o tenham habitado em época anterior

A sucessão ecológica ocorre naturalmente após um determinado ecossistema sofrer algum nível de perturbação, natural ou antrópica. Esse processo de recuperação da forma e da função consiste em alterações graduais, ordenadas e progressivas no ecossistema alterado, resultante da ação contínua dos fatores ambientais sobre os organismos e da reação desses últimos sobre o ambiente.

Com o avanço da sucessão ecológica, na maioria dos casos, observa-se uma redução da variabilidade das condições ambientais. Há uma tendência a uma estabilização do meio físico e da comunidade, bem como um aumento na complexidade estrutural e funcional do ecossistema, culminando com uma situação definida como clímax.

Dependendo da intensidade do distúrbio ou da degradação a que um ecossistema foi submetido, a sucessão pode ser classificada em primária ou secundária.

Sucessão primária

A sucessão primária é iniciada por organismos pioneiros em local desabitado e sem a influência de organismos que o tenham habitado em época anterior. Envolve modificações substanciais do ambiente, causadas direta ou indiretamente pelos organismos pioneiros. Esse processo tende a ser muito lento, uma vez que plantas e outros organismos precisam formar o solo, o que pode levar de centenas a milhares de anos.

A sucessão primária ocorre, por exemplo, em lava vulcânica recém-solidificada, afloramentos rochosos e em lagos formados pela regressão de geleiras.

Sucessão secundária

A sucessão ecológica secundária inicia-se em área já habitada, após a ocorrência de perturbação, e é influenciada pelo tipo de comunidade pré-existente. Uma característica da sucessão secundária é o fato de já existir um solo formado, mas a capacidade de regeneração da vegetação depende do grau de perturbação ocorrido.

Segundo Sebastião Venâncio Martins, coordenador do Curso Restauração Florestal em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, a sucessão secundária ocorre após distúrbios naturais como abertura de grandes clareiras no dossel das florestas, devido à queda de uma ou mais árvores, à destruição da vegetação pela ocorrência de incêndios naturais, ou após distúrbios antrópicos como corte, queima de florestas, abandono de campos agrícolas e pastagens em áreas antes cobertas por florestas, entre outros.