Comparação entre o suíno light e o comum

Os suínos brasileiros passaram por um regime, perderam 31% de gordura na carne e no toucinho, 14% de calorias e 10% de colesterol

 

Luiz Mário Fedalto, coordenador do Curso Produção de Suíno Light - Mais Carne, Menos Gordura, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ao comparar o suíno light com os demais descreve: " Foi criado, nos laboratórios de engenharia genética, a mais nova geração de suínos light, animais com menor teor de gordura na carcaça. Além de mais saudáveis para o consumo humano, os descendentes do MS 60 garantem aos criadores brasileiros ganhos anuais extras da ordem de R$ 10,5 milhões. A nova raça, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Suínos e Aves) em parceria com a Aurora, marca que pertence à Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral), rende cerca de R$ 5,00 a mais, em cada animal abatido, se comparado aos suínos comuns. Essa rentabilidade é obtida na venda do animal, que possui 2% a mais de carne na carcaça, gerando um ganho de 3% a mais no preço pago pelos frigoríficos, que medem o nível de gordura do suíno antes do abate e pagam um 'prêmio extra' na cotação do suíno light.

Além do ganho no preço, os suínos descendentes de reprodutores do MS 60 consomem 10% menos de ração, reduzindo os custos com alimentação. A primeira geração da nova raça representa cerca de 10% dos abates de suínos do país e 30% dos catarinenses, líderes na atividade. Por ano, 2,1 milhões de suínos descendentes da raça MS 60 são abatidos no Brasil, ante os mais de 21,8 milhões de porcos comuns. Somente em Santa Catarina, a Aurora abateu, mais de 1,8 milhão de suínos, sendo que 90% eram descendentes do suíno light. Os reprodutores da raça, comercializados pela Embrapa, pela Coopercentral e por outras sete empresas multiplicadoras custam 200% mais que os animais comuns, sendo cotados atualmente por cerca de R$ 5,00/kg, ante a média de R$ 1,45/kg do suíno tradicional.

Criado em granjas, o porco brasileiro está magro e saudável como nunca. Os suínos brasileiros passaram por um regime. Perderam 31% de gordura na carne e no toucinho, 14% de calorias e 10% de colesterol. Alguns cortes de carne de porco, dependendo do modo como são servidos, já são mais leves que certos preparos de boi, frango ou peixe. O porco em forma é resultado de uma revolução nas pocilgas. Primeiro, esses animais passaram a ser alimentados com rações balanceadas, em vez de milho, trigo e lavagem.

Depois, técnicas científicas tornaram possível o cruzamento entre linhagens diferentes, mais produtivas, por exemplo, com a consequente seleção de suínos geneticamente superiores. O EMBRAPA MS60 é resultante de três raças e desenvolveu um porco cuja carne contém apenas 40% de gordura em relação aos suínos comuns. A brasileira Agroceres seleciona animais com ferramentas de biotecnologia negociadas com a multinacional inglesa Pig Improvement Company. Assim que o animal nasce, é possível, analisando seus genes, saber como será seu crescimento, sua eficiência reprodutiva e até a qualidade de sua carne, além da resistência a doenças. "Basta analisar uma amostra de sangue ou um pelo do animal."

O porco sujo também foi extinto. Os chiqueiros, rebatizados como "granjas", agora primam pela limpeza. Os animais não têm nenhum contato com a terra e ficam confinados em instalações desinfetadas constantemente. Nem tomam vermífugos, porque a probabilidade de se contaminarem com vermes é remota. Para visitar um porco em uma granja, a pessoa tem de tomar banho.

A vida do porco brasileiro foi mudando no mesmo ritmo que a sociedade. Até os anos 70, a gordura usada na cozinha era geralmente de origem animal. Porco bom era porco gordo, que rendia banha. Com o advento dos óleos vegetais, o rebanho suíno precisou dar mais carne que gordura. Nos últimos vinte anos, o índice médio de carne magra dos porcos subiu de 47% para 60%. A espessura do toucinho caiu de 5,0 para 1,0cm. O colesterol na carne tornou-se equivalente ao do frango e do boi.

Equipe de Redação 20-06-2012 Suinocultura

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