Saiba como medir os índices de eficiência na pecuária

O primeiro passo é saber medir os resultados e, em seguida, verificar o que precisa ser mudado

Seja qual for a atividade agropecuária, a avaliação da eficiência produtiva e da rentabilidade do empreendimento rural é feita por meio de diversos parâmetros, também chamados de índices. Vejamos como isso funciona na pecuária de corte.

Historicamente, sabemos que, até a década de 1980, as margens de lucro na pecuária eram muito grandes. Era possível produzir uma arroba de boi a US$ 4,00 e vendê-la por US$ 11,00 - US$ 15,00. Isso permitiu o surgimento de distorções e ineficiências, que tornaram a pecuária de corte brasileira pouco competitiva. As propriedades eram administradas à distância, e a produtividade muito baixa. Havia excessiva concentração de investimentos em imóveis com acúmulo de patrimônio, já que a terra era muito valorizada e protegia o fazendeiro da inflação. Por isso, o pecuarista não se preocupava com a eficiência comercial de seu empreendimento.

A partir de 1994, época em que começou a ocorrer a estabilização da moeda, as terras passaram por grande desvalorização. Com isso, a filosofia teve de ser mudada para a produtividade: a fazenda vale mais por seu potencial de produzir bezerros desmamados e bois gordos para a comercialização que pela valorização da terra e proteção contra a inflação.

Outros fatores também influenciaram essas transformações macroeconômicas. As carnes de outras espécies animais, como frango e suíno, tornaram-se grandes competidoras da carne bovina. Sua criação foi intensificada com tecnologias que permitiram abater os animais precocemente e produzir carnes de alta qualidade a baixo custo, massificando seu consumo.

O primeiro passo no sentido de gerenciar e fazer evoluir o negócio pecuário é saber medir, de forma real e objetiva, os resultados alcançados e, a partir desses dados, verificar o que precisa ser mudado na busca por maior eficiência.

Essa medida é obtida por meio de índices zootécnicos, calculados com base em dados registrados sobre o desempenho dos animais e comparados com metas pré-estabelecidas ou com outros valores de referência.

Na reprodução, por exemplo, alguns índices são de grande importância:

Taxa de prenhez: calculada dividindo-se o número de fêmeas prenhes, ao longo de um ano, pelo número total de fêmeas adultas do rebanho, sendo 85% a 90% considerado um índice economicamente satisfatório.

Taxa de desmama: é dada pelo percentual de bezerros que chegaram à idade de desmama em relação ao total de bezerros nascidos no ano. A taxa ideal é de 97,5%. Uma baixa taxa de desmama indica baixa habilidade materna das matrizes, ou manejo incorreto das crias.

Idade de abate: pode ser estabelecida como meta a idade de abate entre 20 e 30 meses, em sistema de pastejo, e de 12 a 24 meses em confinamento.

Existem muitos outros índices que, sozinhos ou combinados, vão abastecer o pecuarista de informações para tomadas de decisões no sentido de melhorar seu negócio. Você terá acesso a esses índices pelo Curso Administração da Pequena Empresa Rural, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. Confira as informações e agregue valor à gestão de sua propriedade.