Estudo busca alternativas para criar café sem cafeína

Um café descafeinado com o sabor de café normal

Paulo Mazzafera, professor titular do Departamento de Biologia Vegetal do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vem tentando criar um tipo de café originalmente sem cafeína. Em 2004, chegou a acreditar que o teria descoberto, quando encontrou uma planta originária da Etiópia, que por meio de mutações naturais não possuía cafeína. Mas, esse achado não durou muito tempo. Mazzafera, juntamente com Maria Bernadete Silvarolla, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), chegou à conclusão de que, durante o processo bioquímico que transforma a teobromina (substância diurética) em cafeína, ocorriam alterações.

Em uma nova tentativa, o professor resolveu trabalhar com uma planta da espécie "Coffea arábica", uma variedade comercial conhecida como Catuaí Vermelho, ela possui algumas substâncias capazes de alterar o DNA das plantas.

Depois de muita análise e vários testes, Mazzafera percebeu que as flores da planta abriam antes da hora, o que as deixava vulneráveis ao recebimento de pólen de plantas com um teor normal de cafeína. Segundo o professor, para que não ocorresse o florescimento precoce da planta, seria necessário isolá-la em um raio de pelo menos dois quilômetros.

Para resolver esse problema, estão sendo feitos novos cruzamentos com o objetivo de descobrir se a planta estudada realmente controla a síntese de café e a abertura das flores.

Ainda existe grande resistência quanto ao uso de produtos transgênicos, além das inúmeras reclamações a respeito do sabor do café ser diferente quando descafeinado. Mazzafera vem tentando  criar exatamente um café descafeinado que mantenha as características do "Coffea arabica", inclusive o mesmo gosto do café com cafeína, assim com certeza haverá maior interesse pelo consumo dessa novidade.

 

 

Equipe de Redação 13-04-2012 Cafeicultura

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