A lichia (Litchi chinensis) é uma fruta tenra, doce e saborosa, originada da China. Trata-se de uma espécie de drupa, com forma arredondada, que, quando madura, apresenta casca em tom vermelho brilhante e polpa branca translúcida. Na fase adulta, a árvore pode alcançar até 12 metros de altura, com ramos em direção ao solo. Atualmente, São Paulo é o seu principal produtor - seguido de Minas Gerais. Mas os produtores dessas regiões têm retratado sérios problemas com uma praga que ataca a lichia, conhecida como ácaro-da-erinose (Aceria litchii).
A praga surgiu pela primeira vez, em São Paulo, em 2007. Mas sua incidência nos pomares brasileiros se agravou em 2008. Rapidamente, disseminou-se por outros estados produtores, que até hoje são afetados por esse terrível mal. De acordo com especialistas, não há tratamento para a doença causada pelo ácaro-da-erinose, o melhor a fazer é "conviver bem" com a praga por meio de algumas medidas de controle.
A disseminação do ácaro é facilitada pela ação das abelhas, dos pássaros, do vento, além de equipamentos contaminados ou mudas infectadas. A praga suga a seiva das partes mais tenras da planta, o que causa deformações nas folhas (retorcidas) e o aparecimento de um "veludo marrom". Este é formado por uma alga que faz simbiose com os ácaros. Estes passam a viver na parte inferior da folha onde se alimentam.
Todos esses sintomas surgem graças à toxina liberada pelo ácaro. Em estados mais avançados do ataque, ocorre queda das folhas da lichieira, assim como plena destruição dos ponteiros, o que compromete a produção de frutos. Algumas árvores conseguem frutificar, mas parte dos frutos apresentam na casca manchas na cor marrom, o que torna imprópria a sua comercialização. A solução é vender a polpa, já que ela não é atingida pelo ácaro.
O melhor método para amenizar o ataque do ácaro é o manejo por meio da poda de limpeza. Trata-se da retirada periódica de todas as folhas, galhos e frutos contaminados com o ácaro. Tudo deve ser queimado imediatamente para impedir a migração do ácaro para as plantas sadias.
Alterações no espaçamento também são uma boa medida de controle. Em geral, o espaçamento é de 10 metros entre plantas - para facilitar a poda de limpeza, a medida deve ser reduzida para 3x2,5 metros. Mesmo que a produção de frutos por árvore seja reduzida, o cultivo adensado aumenta a produção por hectare.
As podas têm a função de eliminar os ácaros, além de manter a lichieira em porte menor (2 metros). Com isso, é mais fácil realizar o manejo das plantas e evitar a proliferação do ácaro-da-erinose. Outra medida é a pulverização com calda sulfocálcica após o período de colheita (de maio a julho). São utilizados 300 ml de calda sulfocálcica por 20 litros de água. À base de enxofre e cal virgem, a calda deve ser aplicada em toda a planta (por dentro e por fora, por baixo e por cima) a cada 15 dias.
Fontes: Globo Rural e Clube Amigos do Campo Gerdau.
Foto: Domínio Público.
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