Tipos de irrigação para o algodoeiro

Independentemente do tipo de irrigação escolhido para o algodoeiro, é indispensável um sistema que permita o uso racional da água

No Brasil, muitos produtores de algodão utilizam a irrigação localizada por gotejamento subsuperficial, “que tem como característica principal aplicar baixos volume de água, com pressões menores. Com isso, apenas a região próxima do sistema radicular do algodoeiro permanece úmida”, completa Carlos Henrique, professor do Curso CPT a Distância e Online Projeto de Irrigação Localizada.

De acordo com o especialista João Henrique Zonta, doutor em engenharia agrícola e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, além de economizar água, a irrigação localizada por gotejamento não molha a parte aérea do algodoeiro, o que evita o aparecimento de doenças foliares. Em contrapartida, esse sistema de irrigação não é recomendado para regiões com baixo recurso hídrico.

Já em relação ao sistema pivot central, ele pode ser utilizado para plantio de algodão em grande escala, pois cobre extensas áreas, embora requeira maior volume de água. Como apresenta baixa eficiência em cultivos de algodão, é importante que o produtor avalie os pros e os contras desse sistema. Fazer um bom projeto de irrigação, com engenheiro agrícola experiente, viabiliza a implantação do sistema.

Para isso, é determinante a análise da topografia local, do tamanho da área, do tipo de solo, da qualidade da água e do clima da região. Salvo o ciclo da cultura, o tipo de algodão (desde o convencional ao orgânico) não determina qual sistema de irrigação deve ser implantado. Algodoeiro de fibra longa (ciclo tardio), por exemplo, exige maior tempo de irrigação, independentemente do tipo de sistema de irrigação.

Além do ciclo da cultura, o clima da região pode determinar o volume de água a ser utilizado no algodão. Clima seco e quente, com ventos fortes e muita insolação aumenta a evapotranspiração do algodoeiro. Consequentemente, devem ser lançados 700 mm de água durante todo ciclo do algodão. Na fase inicial da cultura, devem ser utilizados 2 mm de água/dia. Já no florescimento, 9 mm de água/dia. Até o encerramento do ciclo, o volume cai para 3 mm.

Se o manejo de irrigação do algodoeiro for bem planejado, o produtor será capaz de usar racionalmente a água em seu cultivo. Dessa forma, o algodoeiro crescerá vigoroso e produtivo, sem perdas na qualidade da fibra (por excesso ou escassez de água). Além disso, o não desperdício de água reduzirá os custos de produção. Por esses motivos, torna-se imprescindível o suporte técnico de qualidade em busca dos melhores resultados.

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Fonte: digital.agrishow.com.br