Características botânicas do urucum

O urucueiro é uma planta arbustiva, designada botanicamente de Bixa orellana L., e pertence à família Bixaceae. É uma planta ereta que, normalmente, atinge alturas entre 3,5 a 4,0 m, porém, dependendo do manejo adotado, da idade e das condições de clima e solo em que é cultivada, pode-se encontrar

Caule, folhas, flores, frutos e sementes do urucueiro

As folhas do urucueiro se prendem à superfície dorsal e ventral dos ramos, de forma alternada

O urucueiro é uma planta arbustiva, designada botanicamente de Bixa orellana L., e pertence à família Bixaceae. É uma planta ereta que, normalmente, atinge alturas entre 3,5 a 4,0 m, porém, dependendo do manejo adotado, da idade e das condições de clima e solo em que é cultivada, pode-se encontrar plantas de urucueiro de até 10 m de altura.

Caule do urucueiro: possui tronco lenhoso e relativamente reto, de onde partem vários ramos que formam uma copa de aspecto bem frondoso. Na maioria das plantas adultas, o diâmetro da base do tronco mede em torno de 10 a 15 cm, podendo encontrar algumas delas com diâmetro superior a 30 cm. A emissão dos brotos e dos ramos primários no tronco principal ocorre antes ou durante a floração.

Folhas do urucueiro: as folhas se prendem à superfície dorsal e ventral dos ramos, de forma alternada. São inteiras, apresentam nervuras longas e possuem coloração verde. Elas têm forma de coração e, na maioria das vezes, possuem em média 8 cm de comprimento e 4 cm de largura, sendo possível encontrar plantas com folhas que medem 25 cm de comprimento a 15 cm de largura. Essa variação ocorre em função da genética, idade das plantas, estado nutricional e meio ambiente.

Florescimento e frutificação: a inflorescência do urucueiro refere-se aos cachos de flores. Se dá em forma de panículas, com flores grandes e na cor branca ou em várias tonalidade de vermelho-róseo. O número de flores em cada inflorescência é variável, podendo ser de 3 a mais de 20 flores. As flores são hermafroditas, com cinco sépalas, nas extremidades dos ramos. O pestilo é simples e alongado. As anteras são de formato oval e os estames são encontrados em grandes quantidades.

Abel Rebouças de São José, coordenador do Curso Cultivo de Urucum e Produção de Corantes Naturais, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que as flores do urucueiro são emitidas durante todo o ano, porém com maior intensidade em duas épocas do ano, definindo, praticamente, as safras do urucueiro. A primeira florada ocorre durante o período da primavera, ou seja, entre os meses de outubro e novembro. Os frutos gerados dessa florada serão colhidos nos meses de fevereiro e março. Essa primeira colheita apresentará um menor rendimento e, por isso, é denominada de safrinha. A segunda florada ocorre no final do verão, ou seja, de março a abril, e seus frutos serão colhidos de junho a julho ou de julho a agosto. Ela possibilitará uma colheita com maior quantidade de produtos e, por isso, é chamada de safra principal. Algumas variedades de urucueiro podem apresentar safra única e tardiamente, ou seja, entre setembro e outubro.

Os frutos do urucueiro: os frutos do urucueiro, denominados de cápsulas ou cachopas, antes da maturação, possuem colorações variadas, desde verde-clara a verde-escura, amareladas ou vermelho-escuras. Um único fruto de urucum, bem desenvolvido, pode fornecer, em média, 40 a 50 sementes, sendo que é possível existir cápsulas que contenham até 70 sementes. Dependendo da cultivar, das condições locais de cultivo e do manejo da lavoura, a produtividade média do urucueiro pode ser de 500 a 1.600 kg de sementes por hectare. Essas sementes são utilizadas tanto para obtenção de mudas como para a produção de corantes.

As sementes do urucueiro: a semente é a parte de importância comercial, pois é no pericarpo (camada que envolve a semente) que estão os pigmentos, os quais têm ampla aplicação industrial. Da massa de pigmento existente no pericarpo das sementes de urucum, 80% é constituída por um carotenoide denominado de bixina, o qual tem propriedade corante e pode ser extraído em óleos vegetais ou bases químicas. Dependendo da cultivar utilizada, das condições climáticas e de solo da região, o teor de bixina pode variar de 1% a 6% no arilo da semente. O restante da massa de revestimento das sementes é composto por outros corantes e substâncias inertes de menor importância.

Equipe de Redação 10-05-2013 Agroindústria
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