Formigas mais frequentes no canavial

Saiba quais os tipos de formigas mais presentes nas plantações de cana.

Formigas mais frequentes no canavial    Artigo CPT


O canavial pode ser acometido por várias formigas, principalmente pelas cortadeiras, isso é um problema no seu cultivo
, pois, podem comprometer a qualidade da plantação. O Dr. Luiz Antônio Andrade do Curso CPT de Cultivo de Cana de Açúcar para Produção de Cachaça, nos mostra quais as principais espécies de formigas-cortadeiras que podem estar te atrapalhando!


1) Atta sexdens rubropilosa

— Nomes populares: saúva-limão, saúva-comum ou saúva-vermelha (Atta sexdens rubropilosa).


— Operárias (soldados): as características morfológicas que servem para diferenciar essas saúvas das outras são: toda a cabeça e o gáster não têm brilho e são mais ou menos pilosos. Entretanto, o modo mais fácil de reconhecê-las, no campo, é pelo forte cheiro de limão, ou de erva-cidreira, que exala da cabeça das operárias maiores quando são esmagadas; é desse cheiro que vem o nome saúva-limão.


— Ninhos: o monte de terra solta é irregular, formado pelo acúmulo de montículos de tamanhos diferentes; os olheiros estão localizados no fundo, de crateras, isto é, as aberturas na superfície do monte de terra assemelham-se a pequenos vulcões, com margens angulosas.


— Distribuição geográfica no Brasil: esta saúva é a que ocupa maior área no País por isso, pode ser considerada a mais comum. Está ausente somente na caatinga, em grande parte do Paraná, no litoral de Santa Catarina, em parte do Nordeste e do Rio Grande do Sul. A subespécie Atta sexdens rubropilosa está assim distribuída: MG (centro oeste, leste e sul), ES, RJ, SP (exceto litoral sul, próximo à divisa com o Paraná), GO (sul, abaixo do Distrito Federal), MS, PR (parte do norte e do oeste).


2) Atta laevigata


— Nomes populares: saúva-cabeça-de-vidro, saúva-de-vidro e saúva cabeça-de-melado.


— Operárias (soldados): são muito características, por apresentarem toda a cabeça e a superfície dorsal do gáster completamente sem pelos e notavelmente brilhantes, como se fossem envernizadas, o que lhes dá uma aparência vítrea, motivo pelo qual recebem o nome popular de "saúva-de-vidro".


— Ninhos: o monte de terra solta é arredondado, com a superfície quase sempre lisa; os olheiros se abrem sobre o monte, mas podem apresentar montes de terra solta ao redor desses, como as crateras que ocorrem em ninhos de saúva-limão, ou têm o aspecto de pequenos funis aplanados, sem margens angulosas.


— Distribuição geográfica no Brasil: esta saúva pode ser considerada a segunda espécie mais comum no Brasil. Sua ocorrência ainda não foi constatada no Acre, no Amapá, no Ceará, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, no Espírito Santo, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Tem uma ampla distribuição pelo interior do País, ocupando, provavelmente, todo o cerrado brasileiro, e os únicos registros em zonas litorâneas são os dos estados da Região Nordeste e do Pará.


Foi encontrada nos seguintes estados: AM (ao norte da Bacia Amazônica), PR, PA, TO (exceto norte), CE (pequena área no sul), MA (exceto no oeste), PE (exceto no sertão), AL, SE, BA (exceto em parte do norte e no litoral sul), MG (exceto no leste), RJ (exceto no norte, próximo à fronteira com o Espírito Santo), SP (exceto no litoral e parte do sul), PR (interior), GO, MS, MT (exceto no norte), RO (interior).


3) Atta bisphaerica


— Nomes populares: saúva-mata-pasto, saúva-pasteira, saúva-campeira, saúva-amarela, uma vez que corta exclusivamente gramíneas.


— Operárias (soldados): medem cerca de 15 mm de comprimento, têm a cabeça lisa no vértice e totalmente livre de pelos, podendo ser pouco brilhantes. Apresentam um sulco ocipital (ou fenda) que divide a cabeça em duas partes ou lóbulos proeminentes. Sua cor é amarelada ou marrom ferrugem clara.


— Ninhos: os ninhos são mais superficiais, espalhados pelo solo, sendo que os olheiros abrem-se diretamente, no nível da terra solta. É a saúva que constrói o maior número de câmaras ou panelas.


— Distribuição geográfica no Brasil: ocorre em SP, MG, RJ, norte e sul do Mato Grosso.


4) Acromyrmex subterraneas subterraneas


— Nomes populares: caiapó


— Operárias (máximas = cerca de 8 mm): as características dessa subespécie são detalhes morfológicos de difícil visualização à vista desarmada, tais como: os espinhos da parte anterior do dorso do tronco bem desenvolvidos, aproximadamente do mesmo tamanho; espinhos medianos entre o primeiro par de espinhos laterais do tronco, com menos da metade do comprimento desses (para observar essa característica a operária deve ser vista de frente, para se visualizar a parte anterior do tronco, por cima da cabeça); olhos grandes, com a cabeça em vista frontal, protuberantes, ultrapassando o contorno lateral da cabeça; tubérculos e dentes do dorso do gáster arranjados em quatro fileiras longitudinais.


Para reconhecer as subespécies, o mais importante é a coloração: A. subterrâneas, por exemplo, apresenta o corpo, em geral, castanho-claro, às vezes amarelado.


— Ninhos: diferem para cada subespécie, porém enquadrados nos tipos sauveirinho ou de cisco. Os ninhos dessa espécie são semelhantes a pequenos sauveiros, porque apresentam externamente um monte de terra solta com área que pode atingir mais de 20m2. As panelas de fungo mais profundas podem ser encontradas em até 1 m de profundidade no solo e as maiores podem ter aproximadamente 80 cm de diâmetro. Os olheiros se abrem no meio de crateras afuniladas, sobre o monte de terra.


— Distribuição geográfica no Brasil: muito comum no sudeste brasileiro, tem a seguinte distribuição: AM, CE, RN, MT, MG, RJ, PR, SC, RS, SP.


5) Acromyrmex baizani


— Nomes populares: boca-de-cisco, formiga rapa-rapa e formiga meia-lua.


— Ninhos: são geralmente pequenos, contendo uma torre construída de fragmentos de palhas e outros resíduos vegetais que os protegem. Próximo dessas torres, encontram-se montículos de terra de forma semicircular e, ao lado, o lixo trazido do interior dos ninhos. O número de câmaras ou panelas varia de três a seis, sendo as primeiras localizadas a 11,5 cm de profundidade. Estão geralmente em áreas sob gramíneas. Distribuição geográfica no Brasil: ocorre em SP, MG, SC, GO e MS.


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Por Eduardo Silva Ribeiro.

Eduardo Silva Ribeiro 13-05-2022 Agroindústria
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