Canário da terra ou canário chapinha

Embora seja a espécie mais comum no Brasil, ela se assemelha com outros canários, tais como o do Amazonas, o tipio e, principalmente, o canário do Peru

O canário da terra ou canário chapinha é provavelmente um dos pássaros mais conhecidos de todo o país. Não só pelo seu lindo canto, grande valentia e facilidade para adaptar-se ao cativeiro mas também pela linda plumagem que lhe confere singular beleza.

O canário da terra ou canário chapinha, cujo nome científico é Sicalis flaveola, pertence à ordem dos Passeriformes, que engloba todos os passarinhos. Recentemente, foi classificado na família dos Emberizidae e subfamília Emberizinae, que engloba quase todas os pássaros canoros mais conhecidos. Embora seja a espécie mais comum no Brasil, ela se assemelha com outros canários, tais como o canário do Amazonas (Sicalis columbiana), o tipio (Sicalis luteola) e, principalmente, o canário do Peru (Sicalis lutea).

A semelhança entre as espécies é tamanha que existe possibilidade de cruzamentos entre elas com a formação de crias férteis. Daí o cuidado que é necessáio ter ao formar híbridos e soltá-los na natureza. Isso, sem dúvida, causará sérios e irreparáveis danos às populações selvagens. Portanto, ao se misturar diferentes espécies ou subespécies para formação de filhotes com características diferentes, deve-se tomar o cuidado de distingui-los dos indivíduos puros.

O canário da terra ocorre, ou ocorria, em quase todo o Brasil não-amazônico, do Maranhão ao Rio Grande do Sul. Ele habita regiões descampadas tais como cerrados, caatingas e campos de cultura. Fato curioso nos canários é o hábito de andar pelo chão à procura de sementes e insetos. É comum encontrá-los em grandes bandos com predominância de aves imaturas.

Porém, durante a época de acasalamento, os casais formados separam-se para construir seus ninhos. Na natureza, o macho acompanha e auxilia a fêmea durante todo o processo de criação dos filhotes. Durante a reprodução, vivem estritamente em casais sendo muito fiéis a um território, geralmente, escolhido pela fêmea e, energicamente, defendido pelo macho contra a aproximação de outros indivíduos da espécie.

Ao contrário da maioria das outras espécies do grupo, faz seu ninho em buracos dos mais diversos tipos, desde ocos de pau em cercas ou árvores até ninhos de joão de barro e buracos de caveiras de boi dependuradas em cercas. Tal maleabilidade para procriar reflete-se na facilidade de criá-lo em cativeiro.

A fêmea pode pôr até seis ovos por ninhada, que são chocados por 13 dias. Os filhotes são alimentados pelo casal, que se reveza na função. Aos 13 dias, os filhotes saem do ninho permanecendo com os pais por quase 30 dias. Após certo tempo, o macho expulsa os filhotes e volta a iniciar o novo processo de reprodução. Em um mesmo ano, na natureza, um casal pode procriar de duas a três vezes dependendo das condições do tempo e da disponibilidade de alimentos.

Diferente da maioria dos passarinhos, o canário da terra não cuida muito da higiene de seu ninho, principalmente após alguns dias de vida dos filhotes. No final do processo de criação, é comum encontrar ninhos com fezes em suas bordas.

Paulo Augusto Machado, coordenador do Curso Criação Comercial de Canário da Terra (Chapinha), elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, explica que o hábito de se alimentar de sementes leva muitos agricultores a matar essas aves sob alegação de prejuízos na lavoura. Entretanto, tal dano é pequeno se comparado aos benefícios de ter as aves predando os insetos que são os verdadeiros inimigos das plantações.

Na verdade, além da coleta de animais vivos para colocá-los em gaiolas, a maior causa do desaparecimento do canário em nosso país é a morte de milhares deles devido aos agrotóxicos jogados sem critérios sobre as plantações. Aliás, o canário não é a única vítima dos defensivos agrícolas, existem dezenas de outras espécies que sofrem com o mesmo problema.

Equipe de Redação 22-11-2011 Animais Silvestres
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