No Brasil, a criação de rãs tornou-se uma excelente oportunidade de negócio. As rãs são de desenvolvimento precoce e se reproduzem muito (cinco mil ovos por fêmea), o que dá ao ranicultor rápido retorno (em torno de dois anos). Além disso, elas são bastante rústicas e se adaptam às mais diversas regiões do país, contanto que estas tenham temperatura alta e bastante umidade.
Outra vantagem de se criar rãs é o baixo investimento e a grande rentabilidade do empreendimento. Como a demanda de carne de rã é crescente, por ser uma carne leve e saudável, o empreendedor pode vendê-la entre 18 e 40 reais o quilo. Isso sem falar da pele de rã, também muito requisitada no mercado para fabricação de bolsas e cintos.
A versatilidade desse anfíbio é enorme. Quando bem pequeninos, na fase de girinos e imagos, eles podem ser comercializados para outros criadores, o que aumenta o faturamento do ranicultor.
Entretanto, algumas medidas devem ser adotas durante o manejo, pois este anfíbio é bastante suscetível ao estresse e a doenças. Para que o ranicultor acompanhe melhor a criação, é aconselhado criá-las em propriedades pequenas, o que facilita o manejo e aumenta a produtividade. Dessa forma, o ranário pode obter mensalmente cerca de 1 kg/m² (carne de rã).
A espécie escolhida pelos ranicultores brasileiros para a criação de rãs no sistema intensivo é a Rana catesbeiana (conhecida popularmente como rã-touro). Esta se disseminou pelo país a partir de 1935, pois foi a de melhor adaptação ao cativeiro, tendo em vista a sua precocidade e rusticidade quando comparada às demais espécies de rã.
Dicas para iniciar o ranário:
- No início, é aconselhável adquirir entre 50 e 60 fêmeas de rã para 30 machos;
- A espécie de melhor manejo é a rã-touro (Rana catesbeiana), contanto que seja criada no sistema intensivo;
- Preferencialmente as rãs devem ser criadas onde exista água de mina ou poço (límpida e cristalina); se não houver, o ranicultor deve pedir análises física, química e microbiológica da água;
- O ranário deve ser bem arejado, mas ao mesmo tempo quente (as laterais devem ser fechadas);
- O local deve ser construído em ambiente livre de ruídos, pois as rãs se estressam com facilidade;
- Os girinos devem ser alimentados com ração farelada para trutas ou rãs (com 35 a 40% de teor proteico); as rãs adultas deves se alimentar com ração peletizada ou extrusada (com a mesma porcentagem proteica da dos girinos); forneça também 20% de larvas de moscas.
Por Andréa Oliveira.
Fonte: Revista Globo Rural.