Manejo alimentar dos peixes

O manejo alimentar depende, principalmente, do tamanho dos peixes, da dimensão dos tanques, ou viveiros, do sistema de manejo da criação e dos peixes utilizados (se intensiva, ou semi-intensiva); depende também do comportamento alimentar da espécie cultivada, da temperatura e da qualidade da água.

É fundamental considerar que os restos da ração não-consumida, somada aos dejetos dos peixes cultivados, causam uma série de alterações na qualidade da água

  Para os subprodutos agrícolas, podem-se utilizar restos de alimentos

O manejo alimentar depende, principalmente, do tamanho dos peixes, da dimensão dos tanques, ou viveiros, do sistema de manejo da criação e dos peixes utilizados (se intensiva, ou semi-intensiva); depende também do comportamento alimentar da espécie cultivada, da temperatura e da qualidade da água.

Seja em sistemas semi-intensivos, ou intensivos, o fornecimento de alimentação suplementar é de fundamental importância para a engorda dos animais. Essa alimentação pode ser feita por meio de ração balanceada, ou uso de subprodutos agrícolas. Para os subprodutos agrícolas, podem-se utilizar restos de alimentos, como frutas e verduras, desde que não estejam em estado de fermentação.

As rações, à medida que os peixes crescem, devem ter reduzidos os seus teores de proteína e a quantidade de ração a ser fornecida. Isso acontece em função do peso vivo dos peixes e também da temperatura da água do viveiro, uma vez que, com a queda da temperatura ambiente, reduz-se o metabolismo dos peixes e, como consequência, o seu apetite. Assim, por exemplo, nas regiões Sudeste e Sul, nos dias mais frios, a ração pode ser fornecida apenas uma vez ao dia, no período da tarde.

O manejo alimentar inadequado dos viveiros, tanques-redes, ou outros sistemas de produção de peixes, pode causar um grande acúmulo de fósforo. Ele se deposita no fundo e aumenta a atividade bacteriana nos sedimentos, podendo levar a uma condição anaeróbia na interface água-sedimento. O resultado é a produção de gás sulfídrico e gás metano, que são tóxicos para os peixes.

É fundamental considerar que os restos da ração não-consumida, somada aos dejetos dos peixes cultivados, causam uma série de alterações na qualidade da água e no equilíbrio ecológico dos reservatórios e também na área de influência do cultivo, como, por exemplo:

  • o aumento da biomassa de outras espécies de peixes ao redor dos tanques-redes;
  • o aumento de nutrientes na água;
  • o aumento da demanda bioquímica de oxigênio;
  • o aumento da concentração de sólidos suspensos;
  • a redução do nível de oxigênio dissolvido;
  • a redução do potencial de oxirredução do sedimento do fundo em decorrência do acúmulo de ração depositada nesses ambientes;
  • a diminuição da biodiversidade;
  • o prejuízo ao aquicultor pelo desperdício de ração.

Segundo Newton Castagnolli, coordenador do Curso Nutrição e Alimentação de Peixes, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, as características dos reservatórios, ou lagos, onde serão implantados os tanques-redes, a espécie que será cultivada e o tipo de manejo que será utilizado vão determinar qual será o ponto de equilíbrio ideal para o tipo de sistema de cultivo que se pretende implantar.

Equipe de Redação 03-10-2012 Piscicultura
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