Peixes ornamentais - sistemas de produção

Existem sistemas de produção e modelos tecnológicos adaptáveis a quase todas as situações e é por isso que a aquicultura pode se desenvolver nos mais diversos locais. Mas os três tipos básicos de sistemas de produção de peixes ornamentais são os sistemas intensivo, semi-intensivo e extensivo, que

Sistema extensivo, sistema semi-intensivo e sistema intensivo

Os produtores de peixes ornamentais utilizam o sistema intensivo, principalmente, para a reprodução e o cultivo inicial dos peixes

Existem sistemas de produção e modelos tecnológicos adaptáveis a quase todas as situações e é por isso que a aquicultura pode se desenvolver nos mais diversos locais. Mas os três tipos básicos de sistemas de produção de peixes ornamentais são os sistemas intensivo, semi-intensivo e extensivo, que podem combinar entre si.

As diferenças entre eles estão relacionadas ao controle exercido pelo produtor sobre a sua atividade. Como regra geral, à medida que se aumenta o uso de tecnologia, o sistema se torna mais intensivo e com capacidade de criar peixes em maior densidade. Isso pode significar maior lucratividade, mas, com certeza, significará maior investimento inicial.

Sistema extensivo

O sistema extensivo possui como principais características a pouca interferência humana no processo de produção. Neste sistema, os peixes são estocados em baixa densidade e o alimento é composto dos organismos autóctones (plâncton, bentos e outros), cuja riqueza está relacionada intimamente à produtividade primária do corpo d’água.

No sistema extensivo, a qualidade da água, em geral, não é monitorada, pois não se pretende realizar intervenções periódicas. Em função dessa simplicidade, o manejo é muito reduzido e o custo com mão de obra acaba sendo muito baixo. No final, obtêm-se peixes com uma produtividade muito baixa.

Sistema semi-intensivo

O sistema semi-intensivo se caracteriza por uma certa intervenção do produtor na correção de alguns parâmetros de qualidade da água e do uso de ração para suplementar a alimentação natural, cuja produção é mantida elevada com uso de adubações periódicas.

Esse sistema é o mais adotado no Brasil para produção de peixes ornamentais. Em geral, utiliza-se tanques escavados em áreas inferiores a um hectare, mas nada impede que sejam utilizados tanques maiores.

Os tanques são preparados para o peixamento (povoamento) com uma calagem e uma adubação inicial. As adubações periódicas serão realizadas conforme a necessidade. No caso de peixes ornamentais, muitas vezes não é feita a adubação de manutenção, pois o tempo de permanência no tanque deve ser curto, para evitar a predação por insetos aquáticos.

Sistema intensivo

O sistema intensivo é caracterizado por maior controle sobre as características da água de cultivo, e pelo fato de os peixes dependerem exclusivamente da ração como fonte de nutrientes.

Nesse sistema, os peixes são estocados em altas densidades, por isso a taxa de renovação da água deve ser grande, pois os peixes morreriam por falta de oxigênio. Em alguns modelos, o volume total de água do tanque é renovado mais de seis vezes em um dia. Essa renovação é contínua e pode ser feita com água "nova" ou pela recirculação da água do tanque, desde que seja filtrada para a retirada de impurezas e de substâncias tóxicas como a amônia.

A filtração é feita por processos mecânicos que eliminam as partículas sólidas e por processo biológico, no qual a amônia é transformada em nitrato (nitrificação). Associados à renovação de água, pode-se utilizar injetores de oxigênio ou de ar comprimido. Para facilitar a circulação da água e evitar cantos mortos, os tanques devem ser compridos e sextavados nas extremidades, ou, preferencialmente, circulares.

Em alguns modelos de sistema intensivo, o cultivo é "in door", ou seja, é feito em galpões ou estufas. Com isto, existe a possibilidade de controle da temperatura. Os produtores de peixes ornamentais utilizam esse sistema, principalmente, para a reprodução e o cultivo inicial dos peixes mais valorizados e sensíveis.

Manuel Vazquez Vidal Júnior, coordenador do Curso Produção de Peixes Ornamentais, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que alguns sistemas não são adequados a todas as espécies. Em geral, os processos de intensificação do cultivo com o aumento da densidade de estocagem, e da maior dependência da ração como principal fonte de nutrientes, ocasionam um estresse ao qual nem todas as espécies conseguem se adaptar.

Equipe de Redação 06-05-2013 Piscicultura
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