Ranicultura segmentada

Especializar-se em uma fase da criação de rãs pode ser um bom negócio

Tomando como exemplo outras atividades agroindustriais, a criação de rãs pode ser segmentada. O ranicultor pode participar apenas de parte da criação, vinculando-se a uma empresa que adota um sistema de integração para produzir rãs, abatê-las e comercializar seus produtos.

Muitos ranicultores têm interesse em implantar o sistema de integração de forma similar ao que já ocorre com atividades tradicionais, onde a verticalização da cadeia tende a uma especialização de cada segmento da atividade. A tendência que se espera que ocorra com a ranicultura é de que cada etapa da produção seja realizada por ranicultores que se especializam por cada fase da criação.

No entanto, existem dificuldades para a ranicultura se tornar sustentável, em virtude de problemas nos vários elos da cadeia produtiva. A entrada de um empreendedor na ranicultura, geralmente, é motivada pela possibilidade de aferir receita com a implantação de um criatório de rãs, ao verificar os preços da carne de rã, praticados no mercado. Mas, ter um ranário produzindo não significa que o ranicultor terá receita garantida com a atividade. Ele necessita ter um canal de comercialização. Ele pode vender os animais vivos para algum abatedouro da região, ou ter seu próprio abatedouro, fechando assim sua cadeia produtiva: produção, abate/processamento e comercialização.

A cadeia produtiva da ranicultura é similar às atividades zootécnicas tradicionais como avicultura e suinocultura, porém um dos impedimentos é o número limitado de abatedouros distribuídos em um vasto território como o Brasil. Diante das circunstâncias, o ranicultor se vê obrigado a atuar em todos os segmentos da cadeia produtiva (criação, abate e comercialização), iniciativa que nem sempre resulta em sucesso. Com raras exceções, o empreendedor não se dedica com eficiência a nenhuma das fases, e acaba se perdendo logo que surgem as primeiras dificuldades.

Samuel Lopes Lima, coordenador do Curso Criação de Rãs - Novas Tecnologias, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que um levantamento dos problemas da cadeia produtiva evidenciou que na ranicultura brasileira existe um verdadeiro ciclo vicioso, em que o preço elevado do produto inibe o mercado, reprimindo a demanda que, por sua vez, inibe a produção que é uma das características das atividades consideradas como emergentes.

Alguns problemas

Nos ranários: a maioria dos produtores não consegue regularidade na obtenção de desovas, gerando períodos de entressafra, o que reflete na oferta irregular do produto final.

Na indústria: os problemas também se relacionam com a produtividade no abatedouro que é baixa, o que eleva o custo operacional. Os equipamentos e instrumentais utilizados não permitem um aumento na capacidade de abate.

Na comercialização: os obstáculos se caracterizam pela necessidade de agregar valor aos produtos da ranicultura atualmente gerados, hoje esses produtos estão restritos à carne fresca ou à congelada.

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Equipe de Redação 06-06-2012 Piscicultura

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