Criação de cavalos: aparação dos cascos e ferrageamento a quente e a frio

Antes de qualquer avaliação deve-se fazer uma boa limpeza no casco, retirando restos de fezes, cama ou qualquer outro tipo de sujidade. Aliás, essa limpeza deverá ser feita sempre que o animal venha de fora para as baias. A sujeira acumulada pode ocasionar podridão do casco com necrose de ranilha.

Confira as etapas do processo de ferrageamento de cavalos

  As ferraduras são escolhidas pela forma, pelo tamanho e peso mais apropriados às condições do casco, ao gênero do serviço, à natureza do solo

Antes de qualquer avaliação deve-se fazer uma boa limpeza no casco dos cavalos, retirando restos de fezes, cama ou qualquer outro tipo de sujidade. Aliás, essa limpeza deverá ser feita sempre que o animal venha de fora para as baias. A sujeira acumulada pode ocasionar podridão do casco com necrose de ranilha.

Orlando Marcelo Vendramini, coordenador do Curso Aparação de Cascos, Correção de Aprumos e Ferrageamento de Cavalos, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, afirma que no cavalo bem aprumado, o ângulo da escápula, em relação a uma linha traçada paralela ao chão, é o mesmo que o da quartela. Quando o cavalo tem seus cascos aparados e ferrageados, de tal forma que o ângulo da escápula e o alinhamento dos ossos digitais, ou seja, dos pés, sejam iguais, ele apresenta o melhor de sua performance.

Para medir a angulação da escápula, o animal tem que estar com os quatro membros apoiados, ou seja, estação forçada. De preferência com os membros paralelos e a cabeça alinhada com a garupa. O dorso deve formar uma linha reta, vista de trás ou de frente.

Etapas do Processo de Ferrageamento

Desferrar o pé: Com o ajudante segurando firmemente o pé, o ferrador, após ter prevenido o cavalo com breves marteladas dadas sobre o pé, procederá da seguinte maneira:

  • Desfará os rebites, utilizando uma talhadeira e o martelo.
  • Depois, colocará a torquês apoiada na ponta do cravo e dará marteladas na face inferior da ferradura, ao lado da cabeça do cravo.
  • Com a torquês puxará o cravo para cima até retirá-lo totalmente.
  • Repetirá o processo para os outros cravos, até que a ferradura esteja totalmente solta.

Aparar o pé: O ferrador deverá limpar toda a superfície plantar, deixando-a em condições de ser submetida à aparagem.

Escolher a ferradura: As ferraduras são escolhidas pela forma, pelo tamanho e peso mais apropriados às condições do casco, ao gênero do serviço, à natureza do solo, etc. Devem ser provadas a frio, para que o ferrador observe quais as correções necessárias de serem feitas para que haja perfeita adaptação ao casco e proceder, depois, às correções a quente.

Ajustar a ferradura: Depois de escolhida a ferradura, será necessário ajustá-la ao pé. Esse ajustamento compreende as seguintes fases:

  • Aquecer e estender o guarda casco;
  • Dar a forma do casco ao contorno da ferradura;
  • Repassar ou calibrar as craveiras;
  • Dar a justura, se necessário;
  • Retificar o guarda-casco, ou seja, colocá-lo no lugar.

Ensaiar a ferradura: para essa operação, o ferrador deverá colocar as extremidades do ajustador em duas craveiras paralelas, por-se em frente ao pé e nele pousar a ferradura de aprumo e bem reta. Nessa ocasião, o ferrador procurará ver se a ferradura está realmente colocada reta, se está larga ou estreita, se tem mais guarnição de um lado que de outro, etc.

Acabar a ferradura: O acabamento envolve cinco operações:

  • Cortar os tacões e arredondá-los;
  • Resfriar a ferradura. Para o resfriamento em água, é necessário que a ferradura não esteja muito quente, para não destemperá-la;
  • Desobstruir as contra craveiras e não ter receio de fazê-las um pouco maiores que o pescoço do cravo, pois, sendo muito pequenas, podem ou dobrar o cravo ao pregar, ou cortá-lo pelo pescoço, depois de o mesmo aplicado;
  • Limar a ferradura ou passar no esmeril para lhe arredondar todos os ângulos.

Prender a ferradura (cravejar): prender a ferradura é pregar e rebitar os cravos. Estes são escolhidos de acordo com a espessura da ferradura e o tamanho das craveiras, que, normalmente, nas ferraduras prontas, vêm muito pequenas. Se o cravo for muito grosso para a craveira, sua cabeça fica muito saliente e sua lâmina muito forte, pode comprometer a integridade da muralha do casco. Se o cravo é muito pequeno, a cabeça fica enterrada na craveira e escapa ao martelo; sua lâmina, muito pequena e fina, não faz bom rebite e a ferradura não fica sólida.

Equipe de Redação 04-07-2013 Cavalos
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