Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Existem crianças desatentas, desconcentradas, perdidas nos seus próprios pensamentos

 

O TDA/H foi descrito pela primeira vez em 1902 por um pediatra inglês (George Still), que observou alterações de comportamentos em crianças, que, segundo esse médico, não podiam ser atribuídas a falhas educacionais, mas pareciam ter um determinante biológico incapaz de ser demonstrado. O grupo de crianças estudadas por Still não correspondia exatamente ao que se considera hoje como TDA/H, pois incluía crianças com deficiência mental, crianças com lesões cerebrais, crianças epilépticas, mas que apresentavam todas elas alguns traços em comum: um acentuado grau de inquietação, dificuldade de atenção e também de aprender com a experiência, pois, como dizia Still, por mais que recebessem ensinamentos, essas crianças voltavam a incidir nos mesmos erros.

Desde que foi cientificamente descrito por Still até os dias de hoje, esse problema já recebeu diversas denominações, as mais conhecidas são: síndrome da criança hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético. Algumas dessas designações anteriores (síndrome da criança hiperativa, transtorno hipercinético) priorizavam o fator hiperatividade e outras (lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima) preocupavam-se com a possível causa biológica que deveria existir, incapaz de ser detectada pelos exames complementares existentes.

Em 1980, a Associação Americana de Psiquiatria adotou oficialmente o termo Transtorno do Deficit de Atenção que, em 1994, foi atualizado para Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, significando o acréscimo da barra inclinada que o problema pode ocorrer com ou sem o componente de hiperatividade, inicialmente considerado o sintoma mais importante e definidor do quadro. Atualmente, com a classificação da DSM-IV, empregam-se os termos Predominantemente Desatento, Predominantemente Hiperativo-Impulsivo e Combinado para descrever as três possibilidades (formas) de TDA/H.

Ainda nos dias de hoje, costuma-se falar de modo informal em "hiperatividade", "criança hiperativa", mas convém deixar bem claro que: Hiperatividade, inquietação, ou seja, o aumento da atividade motora, nem sempre esta presente no TDA/H.

Paulo Mattos, psiquiatra e coordenador do Curso A Criança e o TDA/H - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que, existem casos de crianças exclusivamente desatentas, desconcentradas, aquelas que vivem no mundo da lua, perdidas nos seus próprios pensamentos, e que não são muito inquietas. Algumas são ate quietas demais. Mesmo sem manifestarem sinal de inquietação, elas também são consideradas portadoras do Transtorno do Deficit de Atenção.

A hiperatividade pode acontecer em outros distúrbios psíquicos, não sendo, portanto, uma marca característica da pessoa portadora do TDA/H. Para exemplificar, uma criança ansiosa, sentindo uma expectativa por algo que esta vivendo, digamos, a aproximação do nascimento de um irmão, pode ficar inquieta, desassossegada na sala de aula por alguns dias. Uma outra criança pode chegar ao colégio mais agitada sempre que faz uso de seus remédios para asma. Nessas situações, como em muitas outras, a criança se mostra inquieta, hiperativa, mas não quer dizer que ela sofra do TDA/H.

Equipe de Redação 16-12-2011 Educação Infantil
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