Como escolher os animais para a produção de vitelos

As raças de dupla aptidão podem oferecer bons animais para a produção de vitelos

A produção e o consumo da carne de vitelo são amplamente difundidos em alguns países da Europa, especialmente, na Holanda, na França e na Itália, tendo, inclusive, mercado bastante rígido quanto à qualidade da carne e dos sistemas de produção. O custo da produção depende, principalmente, do custo da alimentação, normalmente elevado, tendo em vista que o leite ou sucedâneos especiais do leite constituem-se na única fonte de nutrientes para os animais.

A prática prevê que bezerros holandeses comportam-se melhor do que os de outras raças, mas os mestiços Holandês-Zebu, com predominância de sangue da raça europeia, podem ser utilizados com bons resultados. O ideal é que o bezerro, para ser selecionado, pese, no mínimo, 35kg ao nascimento. Além disso, ele deve ser vigoroso, saudável e de bom tamanho. As raças de dupla aptidão podem oferecer, também, bons animais para a produção de vitelos.

Se o bezerro for comprado, o umbigo deve estar curado (seco) e ter recebido quantidade adequada de colostro logo após o nascimento. Não há dúvidas de que a ingestão do colostro favorecerá a performance dos animais nas primeiras semanas de vida. Bezerros que não ingeriram o colostro têm mais propensão a adoecer e a morrer. Mesmo em países de pecuária leiteira desenvolvida, levantamentos realizados em fazendas evidenciaram que grande parte dos bezerros comprados para a produção de vitelos (mais de 70%, em alguns casos) não apresentava os níveis mínimos requeridos de imunoglobulinas no sangue. Para avaliar qualitativamente a concentração de imunoglobulinas no sangue de bezerros, pode-se utilizar o teste do glutaraldeído.

Este teste consiste em coletar sangue do animal (em tubo de vácuo) entre 6 a 12 horas após o nascimento, ou no momento da compra, após ele ter ingerido o primeiro colostro. Do sangue coletado, separa-se 0,5ml e coloca-se dentro de outro tubo de ensaio com 50 microlitros de glutaraldeído a 10%. Agita-se delicadamente o tubo, para misturar bem, e deixa-se em repouso por dez minutos na posição vertical. Decorrido este tempo, inclina-se vagarosa e cuidadosamente o tubo de ensaio e verifica-se o que ocorre com o sangue:

1. A formação de um coágulo bem sólido (o sangue não escorre) indica alta concentração de imunoglobulinas - este bezerro deve ser o preferido na hora da compra; 2. Se o sangue não alterar sua consistência e escorrer com facilidade pelas paredes do tubo de ensaio, significa que o bezerro é hipogama-globulinêmico (baixa concentração de imunoglobulinas), este bezerro não deve ser comprado; 3. Se o resultado for intermediário, isto é, se o sangue ficar pastoso e escorrer lentamente pelas paredes do tubo de ensaio, significa que o bezerro contém níveis intermediários de imunoglobulinas circulantes - neste caso, deve-se considerar, com mais ênfase, os outros critérios para a compra (vigor, peso, tamanho e aparência geral).

No caso de animais comprados, José Henrique Bruschi, coordenador do Curso Produção de Vitelos, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, sugere estabelecer, com o veterinário responsável, um programa para recebimento desses animais. Neste protocolo, deve-se incluir a identificação dos bezerros com brincos, o fornecimento de antibiótico de largo espectro e, durante as primeiras doze horas após a chegada, não fornecer leite, ou sucedâneo, mas apenas soro via oral. O soro pode ser preparado na fazenda, misturando-se 45g de sal e 250g de açúcar, em cada cinco litros de água.

Equipe de Redação 14-09-2012 Pecuária de Leite
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