Principais alimentos concentrados utilizados na nutrição de bovinos

Com pastagens e suplemento mineral, é possível obter desta maneira, em alguns sistemas, um boi gordo aos 36 meses de idade

Os alimentos concentrados são aqueles que apresentam menos de 18% de fibra bruta em sua composição, porém alto teor energético, ou mais de 60% de NDT. São mais concentrados em nutrientes quando comparados aos volumosos.

Concentrados energéticos - Apresentam menos de 20% de proteína bruta. São representados principalmente pelos grãos de cereais (milho, sorgo, trigo, arroz, e outros) e seus subprodutos, raízes e tubérculos (como mandioca e batata), as gorduras e os óleos de origem vegetal ou animal.

Concentrados proteicos - Apresentam mais de 20% de proteína bruta em sua composição e podem ser de origem vegetal, como as oleaginosas (soja, algodão, amendoim e outras), de origem animal (farinha de carne, sangue, pena, por exemplo) excluídos os ossos e as gorduras, subprodutos (farelos), excrementos de aves, "cama" de animais, biossintéticos, entre outros.

Principais alimentos

Entre os alimentos que podem ser utilizados como concentrados existem dois em especial: o milho, que serve como referencial para os concentrados energéticos e a soja, utilizada como referência a concentrados proteicos.

Milho

O milho grão triturado é o concentrado energético mais utilizado para a nutrição animal em todo o Brasil. A cultura é tradicional e está presente nas principais regiões de criação de animais. O valor nutritivo é considerado excelente, principalmente pelo nível de energia (80% de NDT). Apresenta 8,5% a 9,0% de proteína bruta, 0,25% de fósforo e 0,02% de cálcio (muito baixo).

O milho constitui a base energética das rações de todos os animais domésticos e é também muito utilizado na alimentação humana. É rico em amido (60% do grão), do qual se pode extrair glicose e dextrina. O germe representa 5% e a água 15% do peso do grão.

Cuidados devem ser tomados em relação ao armazenamento, que deve ser feito com, no máximo, 14% de umidade. Quando em condições inadequadas, pode sofrer ataque de fungos, do gênero Aspergillus, que são produtores de aflatoxinas, que causam câncer hepático nos animais. O ataque de insetos e a presença de sementes de ervas daninhas também podem causar quedas bruscas no valor energético do milho.

Soja

A soja é a fonte de proteína de melhor qualidade para a alimentação animal. Apresenta 38% de PB, 18% EE e chega a 90% NDT. Pertence à família das leguminosas, das sementes oleaginosas, sendo a mais utilizada na alimentação. Ela é rica em proteína de alta qualidade, apresenta alto teor energético pela significativa quantidade de óleo. Tem baixa quantidade de cálcio, fibra, caroteno e vitamina D.

O tratamento da soja com altas temperaturas, através dos processos de tostagem e extrusão, desativa os fatores antinutricionais, tornando-a um alimento de alta qualidade para a nutrição de monogástricos.

O farelo de soja é o principal subproduto da soja, resultante do esmagamento para retirada do óleo, utilizado na alimentação humana. Não existe limitação de uso e pode compor 100% do concentrado proteico das rações e dos suplementos.

Apresenta de 45% a 46% PB, 75% NDT, 0,3% de cálcio e 0,65% de fósforo. É comercializado na forma a granel (peletizada) ou farelado (ensacado). A forma a granel é mais indicada para uso em maiores quantidades, quando armazenada em silos graneleiros, principalmente nas indústrias de rações ou em grandes propriedades.

Gilmar Ferreira Prado, coordenador do Curso Alimentação de Gado de Corte, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que "como os bovinos são alimentados, em sua maioria, com pastagens (volumoso) e suplemento mineral, é possível obter dessa maneira, em alguns sistemas, um boi gordo aos 36 meses de idade. Entretanto, em outros sistemas de produção, onde os animais devem ser abatidos mais cedo ou com maior peso, devem ser utilizados alimentos concentrados proteicos e energéticos para alcançarem maior ganho de peso".

Equipe de Redação 18-11-2011 Pecuária de Corte
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