Características do bicudo e do curió

O bicudo é um pássaro de comportamento nômade, está sempre migrando e, se for acuado, reage de imediato mudando de território

O Bicudo e o Curió são originários da América do Sul e Central, onde a temperatura varia de 25 a 35 graus centígrados no verão. Essas regiões estão compreendidas do norte da Argentina até o México.

O gênero Oryzoborus (Bicudos e Curiós) caracteriza-se por ter o bico robusto e cônico, próprio para esmagar sementes. Os olhos, as canelas e os pés são enegrecidos. Possuem três dedos muito flexíveis para frente e um para trás. Em suas extremidades, apresentam unhas afiadas e curvas nas pontas, adaptadas para agarrarem os ramos finos dos capins.

 

Curió (Oryzoborus angolensis)

Nome em inglês: Thick-billed (Lesser) Seed Finch

Nome em espanhol: Semillero Picogueso

O Curió, também conhecido como avinhado e papa-arroz, é nativo do Brasil, também podendo ser encontrados exemplares na Bolívia, no Paraguai e em outros países da América do Sul, sempre a partir de aves que emigram daqui para lá.

Seu bico é preto, bem robusto, curto e poderoso; proporcionalmente, não combina com o tamanho da ave, servindo para triturar as duras sementes de tiririca. É um pássaro irrequieto que vive a pular de um poleiro para outro.

Com relação à sua cor, ele é marrom quando novo e, depois de completar 420 dias, suas penas ficam pretas com apenas uma pequena mancha branca na asa; sua barriga e peito ficam na cor vinho. A fêmea é marrom com um tom mais claro no peito, mesmo quando adulta; as asas e caudas são levemente mais escuras. O colorido do macho é inconfundível, com seu peito e barriga avermelhados e o restante de plumagem negra; pousado, costuma aparecer uma pequena mancha branca no meio da asa fechada.

Possui porte muito delicado, é ágil e executa acrobacias tipo salto mortal ou piruetas com muita facilidade. Demonstra acentuada vivacidade, está quase sempre em posição oblíqua, ângulo de 65º e não se arma muito para cantar. Admirados por seus recursos canoros, os curiós se distinguem pelo chamado "canto corrido", escala descendente de assobios que compõem uma vocalização única entre os pássaros conhecidos no Brasil. Despertam admiração ainda maior quando não "racham o canto", ou seja, quando não interrompem com chilreios a fluência de suas melodias.

Bicudo (Oryzoborus maximiliani) Nome inglês: Greater Large-billed Seed-Finch

O bicudo é um pássaro considerado nobre. É um parente muito próximo do curió e

também excelente cantor, só que um pouco maior e é todo preto e com a mesma mancha branca na asa.

Ele mede cerca de 15 a 16 cm e pesa por volta de 25 g; sua envergadura é de 23 cm. Quando canta, costuma ficar com o rabo abaixado e o peito para frente, em posição ereta, ângulo de 80 graus, para ressaltar sua elegância.

Seus movimentos são compassados e harmoniosos. Possui campo de visão e audição muito aguçados, por isso pode voar muito alto. A velocidade do voo é muito rápida, favorecida pela envergadura e tamanho das asas, da cauda e o pouco peso em relação à dimensão do corpo. A cauda é composta por 12 penas e cada asa 17 penas.

Existe uma grande variação no bico dos bicudos machos: branco leite, rajado (branco e preto), bronzeado, cor de chifre, amarelado, fundo azul ou fundo chumbo, azulado ou chumbado e preto. À medida que o bicudo envelhece, a tendência é que o bico vá gradativamente escurecendo.

É um pássaro de comportamento nômade, está sempre migrando e, se for acuado, reage de imediato mudando de território. Não aprecia frio e evita locais com temperaturas abaixo de 25ºC.

O bicudo procria pouco na natureza, estando praticamente extinto, mas, nos lugares onde ainda é possível encontrá-los, a beleza de seu bico reluzente o destaca de tudo a sua volta, daí o nome de "bicudo".

Segundo Fábio M. Hosken, coordenador do Curso Criação Comercial de Curiós e Bicudos, produzido pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, "os bicudos são pássaros territorialistas, isto é, dominam um espaço de terra onde nidificam e não permitem a presença de outros exemplares de sua espécie".

Equipe de Redação 04-11-2011 Animais Silvestres
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