Manejo da capivara

Tanto os machos como as fêmeas de capivaras chegam à puberdade entre 10 a 12 meses de vida


A capivara tem um forte sentido de territorialidade. A marcação deste territorial serve fundamentalmente para defender o grupo familiar contra indivíduos de outros grupos

Na natureza, a capivara vive em grupos familiares compostos de 2 até 40 animais, mas em média cada grupo tem de 7 a 10 animais. O grupo está estruturado da seguinte forma: um bloco central de fêmeas com seus filhotes; os machos na periferia guardando o grupo e o macho dominante em alerta contra a entrada de qualquer indivíduo estranho. Os machos subordinados muitas vezes mudam de grupos. Os filhotes estão sempre integrados, pois são eles que todos os componentes do grupo defendem e são os mais procurados pelos predadores.

A ausência de vegetação arbustiva gera uma maior predação e uma difícil estruturação do grupo familiar. Porém, em cativeiro essa ausência pode ser suprida por abrigos artificiais. Em condições de abundância de pasto, com água e abrigos, as capivaras jovens chegam a formar novas famílias. Geralmente, tanto os machos como as fêmeas de capivaras chegam à puberdade entre 10 e 12 meses de vida constituindo novos grupos familiares ficando poucos indivíduos com o grupo familiar inicial. Neste momento, chegam a ocorrer brigas e até mesmo mortes entre os indivíduos mais jovens e este é um dos motivos para o estabelecimento da idade de abate dos animais comerciais para no máximo em torno dos 12 meses de vida para as criações nas quais os filhotes são criados junto com os adultos.

A amamentação dos filhotes é feita de maneira comunitária, eles mamam em todas as fêmeas recém-paridas. As crias consomem forrageiras e dependem do leite materno por um período de apenas cinco semanas. Entre os recém-nascidos está a maior taxa de mortalidade de indivíduos do grupo. Nos primeiros três anos da criação experimental de capivaras, a taxa de mortalidade dos filhotes até o desmame chegou a ser de 30% em virtude do desconhecimento de características e exigências destes animais, mas estes problemas foram solucionados através de técnicas de manejo hoje conhecidas e difundidas. Atualmente, considera-se aceitável uma taxa de mortalidade dos filhotes até o desmame de no máximo 10%.

A capivara tem um forte sentido de territorialidade. A região de um grupo são as áreas onde ele desenvolve suas atividades de descanso, banho, defecação e pastoreio. Frequentemente os territórios não têm seus limites muito bem definidos, havendo registros de verdadeiras batalhas entre bandos de capivaras em condições naturais. Estes enfrentamentos geralmente ocorrem entre machos contra machos, fêmeas adultas contra fêmeas adultas, jovens contra jovens e raras vezes entre machos e fêmeas, e entre machos adultos e jovens. Como resultado dessas rixas, muitos animais ficam feridos com mordidas profundas.

Existem várias formas de marcação de território; processo no qual todos os integrantes do grupo participam, com diferentes sistemas de marcação. Os machos dominantes geralmente esfregam a glândula do focinho nos troncos de árvores. No caso da vegetação arbustiva, podem também passar a planta por toda a região ventral do seu corpo, urinando sobre ela e esfregando a região da cloaca. Esta última marcação é feita com alta frequência e realizada por todos os membros do grupo.

Segundo Sérgio Luiz Gama Nogueira Filho, coordenador do Curso Criação de Capivara, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, a marcação territorial serve fundamentalmente para defender o grupo familiar contra indivíduos de outros grupos. Quando ameaçada, a primeira reação da capivara é a emissão de um som parecido com um latido que serve para alertar os outros membros do bando; em seguida, eriçam os pelos da nuca e do dorso, o que é seguido por uma corrida até a água ou o refúgio na mata. Na frente, vão as fêmeas com filhotes e atrás os machos.


Equipe de Redação 16-01-2012 Animais Silvestres

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