Própolis: uma das produções mais valiosas das abelhas

Considerada uma das atividades mais antigas e importantes do mundo, a apicultura prestou grandes contribuições à humanidade, seja através da produção de mel, geleia real, pólen, apitoxina (veneno de abelha), própolis, e cera, seja pelos serviços de polinização à agricultura.

A própolis, no geral, é composta de 50% de resina e bálsamo de vegetais, 30% de cera, 10% de óleos aromáticos, 5% de pólen e 5% de várias substâncias

As abelhas coletam a própolis usando suas mandíbulas e o seu primeiro par de patas

Considerada uma das atividades mais antigas e importantes do mundo, a apicultura prestou grandes contribuições à humanidade, seja através da produção de mel, geleia real, pólen, apitoxina (veneno de abelha), própolis, e cera, seja pelos serviços de polinização à agricultura.

Própolis

Dentre os produtos das abelhas, a própolis tem sido utilizada há mais de 5.000 anos como uma forma de tratamento terapêutico natural. As abelhas produzem a própolis para forrar os alvéolos, câmara onde as rainhas depositam os ovos e crescem as larvas, e é utilizada, também, para vedar as entradas e orifícios da colmeia, preservando a temperatura interna e não permitindo a entrada de corpos estranhos, evitando a propagação de epidemias. A própolis tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antissépticas, anticariogênicos, bactericidas, bacteriostáticas, cicatrizantes, entre outras, tornando-se de importante uso na medicina humana, na veterinária, zootecnia, agricultura, e na conservação dos alimentos. Atualmente, a própolis é considerada um dos produtos mais valiosos dentre os produzidos pelas abelhas.

A própolis possui consistência e coloração variável do verde-amarelado ao preto, sendo formada por ceras e resinas. É coletada por abelhas de diversas partes das plantas como brotos, botões florais e exsudados resinosos. Sua composição depende da origem do material coletado, refletindo a variedade de vegetação próxima à colmeia. A própolis, no geral, é composta de 50% de resina e bálsamo de vegetais, 30% de cera, 10% de óleos aromáticos, 5% de pólen e 5% de várias substâncias.

As abelhas utilizam a própolis com diversos objetivos:

  • Material de construção, consolidando as estruturas do interior das colmeias;
  • Evita vibrações das colmeias;
  • Impermeabiliza as paredes dos favos com fins antissépticos;
  • Para cobrir inimigos invasores, que não podem ser retirados;
  • Tem efeito bactericida, evitando a decomposição dos invasores aniquilados;
  • Cria obstáculos, bloqueando a entrada de inimigos;
  • Isolam tudo que pode comprometer a sobrevivência da família.

A própolis é uma resina vegetal que as abelhas retiram dos vegetais, que a produzem, principalmente, na casca e podendo ser retiradas também em gemas prestes a florescer, a exemplo do que acontece nos pessegueiros e ameixeiras, e nas folhas verdes.

A Coleta da própolis

As abelhas coletam esse material usando suas mandíbulas e o seu primeiro par de patas. Elas raspam a própolis com suas mandíbulas e manipulam-na com as patas, até fixarem a própolis em sua corbícula (que é uma reentrância presente no terceiro par de patas, também conhecida como cesta de pólen, pois é nesse local que elas também transportam o pólen recolhidos das flores). A trituração e o amolecimento dessa resina são facilitados pela secreção de uma substância, o ácido 10-hidroxidocenóico, feita nas glândulas mandibulares da abelha. Após encher a corbícula, o que pode ser feito estando a abelha parada ou em pleno voo, finalmente é feito o transporte dessa resina até a colmeia. Vale destacar que quanto maior a temperatura ambiente (o calor faz com que as resinas fiquem mais macias, e, portanto, mais fáceis de serem recolhidas das plantas e, depois, manipuladas até a colocação na corbícula), mais fácil será a tarefa de coleta pelas abelhas, e, com isso, menor será o tempo de duração dessa tarefa.

Paulo Sérgio Cavalcanti Costa, coordenador do Curso Produção e Processamento de Própolis e Cera, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, ressalta que na colmeia, as abelhas propolizadoras se dirigem ao local onde se necessita da resina, onde esperam imóveis a presença das operárias construtoras que vão utilizá-la. Essas operárias recolhem a própolis dessas abelhas, acrescentam cera e a depositam no lugar necessitado, podendo esse processo levar horas. Depois que a carga de própolis é totalmente recolhida pelas construtoras, as abelhas propolizadoras (que estão, geralmente, na última fase de sua vida, sendo, portanto, as campeiras mais velhas de toda a colmeia) saem em busca de mais carga.

Equipe de Redação 15-02-2013 Apicultura
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