Pragas do cafeeiro: Broca-do-café

A broca-do-café é considerada uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil. Tem origem na África Equatorial e foi introduzida acidentalmente em São Paulo, por volta de 1913, por meio da importação de sementes de café da África. A partir daí, o inseto disseminou-se por todos os Estados produtores

A Broca-do-café sofre metamorfose completa, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulta

A broca-do-café é considerada uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil. Tem origem na África Equatorial e foi introduzida acidentalmente em São Paulo, por volta de 1913, por meio da importação de sementes de café da África. A partir daí, o inseto disseminou-se por todos os Estados produtores de café do país e causou muitos prejuízos quantitativos, qualitativos e econômicos ao café brasileiro, com reflexos negativos sobre a economia nacional.

A broca-do-café é uma praga monófaga, tendo como hospedeiro somente o cafeeiro. Por seu ciclo biológico, relativamente curto, e sua grande capacidade de proliferação, a broca constitui-se num importante problema fitossanitário em quase todos os países produtores de café, em especial os das Américas Central e Sul, cujas cafeiculturas são adensadas e implantadas em topografia acidentada, o que não permite o controle químico mecanizado, como ocorre na cafeicultura brasileira.

Nestes países, por conta do regime de chuvas, ocorrem floradas e frutificações praticamente durante todo o ano, o que favorece a sobrevivência da broca. A alta umidade existente nas lavouras também favorece a sobrevivência da broca nos frutos remanescentes na árvore e no chão. A broca-do-café sofre metamorfose completa (holometabolia), passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulta.

Período de pré-oviposição

O período de pré-oviposição está em íntima relação com a cópula e com o ambiente em que a fêmea recém-copulada se encontra. Uma fêmea inicia a postura depois de copulada, assim que conclui a câmara preparada por ela. Para esta operação não são necessários mais que dois ou três dias. Se a proporção sexual fosse de 1:1, na hipótese de que as fêmeas não tivessem que esperar alguns dias para a fecundação, poder-se-ia afirmar que o período de pré-oviposição é restrito aos dias necessários para o endurecimento do corpo (três a quatro dias). Sendo, porém, os machos em número muito inferior, as fêmeas são obrigadas a esperar pela cópula, pois cada macho não fecunda mais de duas fêmeas por dia.

Assim sendo, o período de pré-oviposição pode ir de cinco a dez dias ou mais, se os frutos já estiverem com as sementes formadas, não-aquosas, portanto, aptas a receber as oviposições.

Segundo Júlio César de Souza, coordenador do Curso Pragas do Cafeeiro - Reconhecimento e Controle, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, verificada a cópula, nos meses em que há frutos da safra, antes, pois, da colheita, as fêmeas adultas abandonam as sementes dos frutos, nas quais suas larvas se criaram e destruíram-nas e voam em busca de um fruto sadio, para iniciar a postura.