Produção de borracha natural

Na natureza existem aproximadamente 12.500 espécies que contém látex. Entre estas, há cerca de 7.000 que produzem um látex claro, o qual tem na sua composição um hidrocarboneto (polímeros de isopreno) que é a substância básica para a produção de borracha natural.

A borracha natural apresenta as características de elasticidade, plasticidade, isolamento elétrico, resistência à fricção e impermeabilidade a líquido e a gases

 

Em nível nacional, o emprego da borracha natural vem aumentando a cada ano

Na natureza existem aproximadamente 12.500 espécies que contém látex. Entre estas, há cerca de 7.000 que produzem um látex claro, o qual tem na sua composição um hidrocarboneto (polímeros de isopreno) que é a substância básica para a produção de borracha natural.

A borracha natural apresenta as características de elasticidade, plasticidade, isolamento elétrico, resistência à fricção e impermeabilidade a líquido e a gases. Desde a chegada de Cristóvão Colombo à América, há registros da utilização de objetos de borracha pelos nativos do Haiti. O cientista francês Charles Marie de La Condamine, em 1743, se reportou sobre uma resina extraída dessa árvore que os nativos de Quito e das beiras do rio Marañon, e os Omáguas no Pará, chamavam de cau-chu, que significa pau que dá leite e da qual extraiam uma goma empregada na fabricação de garrafas, calçados, bolsas e bombas ou seringas de onde vem o nome seringueira.

Hoje, podemos encontrar as seringueiras em todas as regiões tropicais inclusive em áreas não tradicionais, principalmente no Brasil. O cultivo foi se alastrando pela margem direita do Rio Amazonas e distribuído pelos Estados amazônicos, sendo a maior área plantada no Mato Grosso. Fora dessa região, o cultivo da seringueira é encontrado nos seguintes Estados: São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro.

O  mercado da borracha natural

Nos últimos vinte anos vem se observando um equilíbrio entre a produção e o consumo da borracha natural. A utilização dessa matéria-prima cresceu de cerca de 3.600 mil toneladas em meados dos anos 1970 para 6.310 mil toneladas em 1996, destacando-se como maiores consumidores os Estados Unidos com 1.002 mil toneladas (16%), China com 965 mil (15%), Japão 714 mil (11%) e Índia 556 mil t (9%). Em contrapartida, a oferta passou de cerca de 3.400 mil para 6.330 mil t no período citado, sendo 72,8% da produção oriunda da Tailândia, Indonésia e Malásia, que mantém a liderança absoluta no mercado.

Adonias de Castro Virgens Filho, coordenador do Curso Cultivo de Seringueira para Produção de Borracha Natural, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, afirma que pesquisas realizadas sobre o mercado da borracha projetam para a virada do século uma elevação nos preços da borracha, devido ao aumento do consumo e ao menor crescimento da oferta, o que se constituirá em uma boa oportunidade para o incremento da produção nacional. Os estudos são baseados no aumento populacional e no crescimento da economia mundial, e estimam um incremento expressivo no consumo de borracha para pneumáticos que atingirá 14,7 milhões de unidades em 2020 - o consumo em 1990 foi de 7,7 milhões - enquanto o consumo global das borrachas natural e sintética, estimado para este mesmo ano, atingirá a soma de 28 milhões de t, o que corresponde praticamente ao dobro do consumo atual.

Em nível nacional, o emprego da borracha natural vem aumentando a cada ano, sendo esse incremento diretamente relacionado com o crescimento da economia e com a expansão do parque automotivo. Tal fato provoca uma pressão de demanda sobre este setor, ampliando a sua dependência do mercado externo. Segundo o International Rubber Study Group (IRSG), em 1996, o Brasil produziu 44 mil t de borracha natural, o que equivaleu a apenas 34% das suas necessidades de 129 mil t. Esse déficit vem sendo suprido por importações, principalmente de países do Sudeste asiático.

Historicamente, a política implementada para o setor da borracha no Brasil incentivou a expansão da heveicultura na região amazônica, além de outros ecossistemas com características similares. Entretanto, face às doenças comuns ao centro de origem da Hevea, principalmente a conhecida como mal-das-folhas da seringueira, causada pelo Microcyclusulei (P. Henn) v. Arx., não se pode obter resultados expressivos. Este fato, aliado aos elevados preços praticados no mercado da borracha na década de 1980, motivou a expansão da seringueira para áreas com condições de escape ao patógeno, destacando-se entre essas, o Planalto Ocidental de São Paulo e Mato Grosso. Até 1989 a produção nacional era oriunda em sua maioria dos seringais nativos da Amazônia, sendo essa situação alterada em definitivo, nos anos seguintes, sobretudo pelo aumento da produção dos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Bahia que juntos responderam por 78 % da oferta nacional em 1996.

Até o início da década de 1990, e salvo um breve período nos primeiros anos desta década, a política econômica para o setor da borracha se caracterizava por uma forte intervenção do Estado, que praticava preços acima do mercado internacional. A crescente pressão da indústria, principalmente do ramo de pneumáticos, motivou uma nova concepção na comercialização da borracha, de maneira a permitir maior competitividade daquele segmento na economia globalizada. Atualmente, a borracha usinada é comercializada de acordo com as relações entre a oferta e a demanda, sendo que, por um período de oito anos, com início em 1997, o Governo vem concedendo uma subvenção aos produtores e beneficiadores da matéria-prima, objetivando assegurar o ajustamento às condições do mercado, sendo que esse incentivo será reduzido gradativamente a partir do quarto ano.


Equipe de Redação 19-08-2013 Agricultura - tudo sobre os principais produtos agrícolas do Brasil

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