O agricultor que vive da produção de milho depende da boa produtividade da lavoura e do milharal sadio, sem doenças nem pragas. Mas nada impede que seu cultivo seja atacado repentinamente por algumas das principais pragas do milho. Dentre as mais comuns, estão a Lagarta-do-cartucho e a Cigarrinha-do milho. Quando atingem a plantação, elas reduzem a população de plantas, o que gera sérios prejuízos ao produtor rural.
Por tais motivos, para evitar que a lavoura de milho seja atacada, são necessários alguns conhecimentos essenciais sobre controle e prevenção das pragas do milharal. Vejamos alguns deles:
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
A Lagarta-do-cartucho possui cor escura, com três listras branco-amareladas no dorso e cerdas negras ao longo do corpo. Na fase adulta, ela se apresenta como uma mariposa, com asas amarronzadas cobertas por manchas brancas.
Dentre todas as pragas do milho, a Spodoptera frugiperda é considerada a principal praga, pois sua incidência nas lavouras é bastante comum. Basta que ela encontre situações favoráveis a seu desenvolvimento, como época de semeadura, clima e estado nutricional da planta.
Em geral, a Spodoptera causa a morte das plantas jovens, em especial, quando o agricultor fez o plantio direto e a dessecação. Se a lagarta já estiver na área, assim que surge a muda do milho, a praga começa a atacá-la. Mas o ápice do ataque ocorre quando a planta apresenta de duas a dez folhas.
Medidas de controle:
O melhor a fazer é tratar as sementes de milho antes do plantio, mas elas devem ter suprimento adequado de água. Caso contrário, o tratamento não surtirá o devido efeito. Alguns inseticidas sistêmicos auxiliam no controle da lagarta pelo período de 17 dias após o plantio.
Em casos mais sérios do ataque, recomenda-se pulverização com inseticida prescrito por engenheiro agrônomo. Este deve ser direcionado ao sítio de ataque da praga.
Cigarrinha-do-milho (Peregrinis maidis e Dalbulus maidis)
Na fase adulta, a Cigarrinha-do-milho apresenta corpo com coloração bege-esbranquiçada e comprimento de 8,0 mm. Em geral, ela fica dentro do cartucho. Na Dalbulus maidis, há duas fileiras de espinhos ao longo da tíbia; já na Peregrinis maidis não há espinhos, mas sim um esporão na base do tarso.
Quando atinge o milharal, ela pode causar doenças que geram perdas de até 90% na lavoura. Além disso, a Cigarrinha é causadora de doenças, como o enfezamento pálido e o vermelho, além de ser um dos principais vetores do vírus do raiado fino.
A ação da praga no milho só é detectada após quatro a sete dias da infestação. Ela suga a seiva da planta, o que faz com que suas folhas fiquem amareladas ou avermelhadas, com consequente murcha e morte do pé de milho.
Os danos ao milharal são mais severos em plantios tardios (verão) e cultivos de safrinha.
Medidas de controle:
Para evitar o ataque da Cigarrinha, o ideal é utilizar cultivares mais resistentes à praga. É muito comum os híbridos comerciais serem mais suscetíveis a doenças transmitidas pela cigarrinha. Por isso, deve-se tomar muito cuidado ao comprar determinadas variedades de milho.
O descarte de plantas voluntárias, a redução de plantios sucessivos e contínuos, além da escolha do plantio mais cedo são medidas que diminuem a incidência da praga no milharal.
Quando o ataque é severo, recomenda-se o controle químico com inseticida prescrito por engenheiro agrônomo. Este deve ser aplicado no sulco de plantio ou nas sementes.
Por Andréa Oliveira.
Fontes: Agrolink e Cursos CPT.