Plano de manejo da Paca

O sucesso da criação depende muito da habilidade do tratador/criador em formar colônias estáveis

É um dos maiores roedores do Brasil, só perdendo, em tamanho, para a capivara. O corpo é longo e robusto com listras longitudinais brancas, interrompidas ou não sob um fundo pardoamarronzado. Os pelos são baixos e um tanto rígidos. As pernas são curtas e os pés possuem cinco dedos, providos de unhas muito fortes, que mais se assemelham a cascos do que unhas propriamente ditas. A cabeça é grande, com a região das bochechas bem desenvolvida. Orelhas pequenas. Cauda vestigial, em forma de um pequeno tubérculo.

Manejo reprodutivo

Cada box conterá um módulo de reprodução. Este grupo será formado, ou por animais já socializados ou capturados na natureza.

Nos dois casos, observaremos o cio das fêmeas através dos sinais típicos (por exemplo quando o macho dedica muito tempo a segui-la). Detectado o cio, inspecionaremos diariamente em busca de fluidos vaginais. Se confirmado o cruzamento, o macho deposita um tampão vaginal na fêmea.

Com o conhecimento do período de gestação (157 dias), ficaremos atentos aos sinais da proximidade do parto (vulva inchada, tetas intumescidas etc) para que tomemos os cuidados necessários na fase pré-parto. Observe a distribuição de ocorrências de partos estudada cientificamente no Panamá através do gráfico abaixo.

Após o parto, tomaremos as devidas precauções para evitar o infanticídio, a saber: nos grupos sociais uma fêmea pode matar a cria de alguma companheira. Por esta razão, deveremos observar as fêmeas prenhes regularmente antes, durante e depois do parto. Se detectarmos alguma agressividade por parte dos outros animais, realizaremos a separação imediatamente. O stress é apontado como uma das principais causas do infanticídio e todas a medidas para minimizá-lo serão tomadas, bem como procedimentos a serem executados na socialização dos possíveis exemplares a serem capturados.

O sucesso da criação depende muito da habilidade do tratador/criador em formar colônias estáveis, harmônicas e com alta performance reprodutiva. No procedimento de formação dos grupos sociais existem incompatibilidades e, eventualmente, alguns animais não são aceitos, o que gera agressões e feridas. É necessário um plantão constante para verificar a aceitação e proceder a operação de apartação caso, necessário, e a tempo.

Manejo das crias

Após desmamados, isto é, quando a fêmea passar a não aceitar amamentar mais, o filhote será separado. A partir daí, será criado com outros jovens - grupos homogêneos, em boxes idênticos ao de adultos, isto é, com piscina e caixa ninho (abrigo). Atingida essa fase, ou constituirão novos módulos reprodutores (grupos sociais), ou formarão lotes para recria visando o abate ou venda. Esse último grupo será composto dos machos excedentes e fêmeas de descarte.

Manejo Seletivo

As primeiras gerações de pacas silvestres nascidas em cativeiro apresentam e retém características de seus ancestrais selvagens e, em algumas ocasiões, se comportam como eles. À medida que vão se criando mais pacas (F1, F2 e assim sucessivamente), os criadores poderão identificar os indivíduos que apresentam as características desejadas, tal como conduta dócil e aprazível para utilizá-los como reprodutores das futuras gerações. Por conseguinte, haverá seleção artificial a favor dos animais que se adaptem ao cativeiro e contra aos que tendem a regressar ao estado selvagem.

Em relação a alimentação, Fábio M.Hosken, coordenador do Curso Criação Comercial de Paca, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, diz que "as pacas, especialmente as nascidas em cativeiro, comem o que os humanos comem. Portanto, são animais onívoros".

Equipe de Redação 04-11-2011 Animais Silvestres

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